Já vai tarde

Pede pra sair 07! Pede pra sair 07!

Entra um novo ano, sai o louco ano. Para comemorar, uma breve pausa no blog até o segundo dia do 08.
Feliz ano-novo a todos.

Por que não tentar?

Porque pode ser arriscado. Porque pode aparecer uma outra oportunidade melhor. Porque sempre é possível achar uma desculpa.

Fazer planos para o futuro é importante, colocá-los em prática é fundamental. E por que esperar o próximo ano se ainda há quatro dias pela frente?

Solidariedade

Não é só em datas especiais como o Natal que os seres humanos estão mais propícios a consolar, apoiar e auxiliar. Em momentos de crises ou em grandes catastrofes, a ajuda surge de todos os lugares. Até mesmo de onde menos se espera.

"Eu nunca vou te abandonar." Essa é frase que está estampada no peito dos torcedores do Corinthians, talvez até daqueles que agrediram alguns jogadores logo após a queda do time para a segunda divisão do Brasileiro. Em seis dias. foram vendidas cerca de 3 mil camisas: o dobro de vendas da camisa que comemorava o título do campeonato brasileiro, afirmou o gerente da loja oficial. Embora seu time esteja na segundona, ele tem motivos de sobra para comemorar. Na verdade, 11 mil motivos. Este é o número de pedidos feitos na pré-venda pelo site, segundo o UOL.

De quebra, os vendedores ambulantes também comemoram. A versão pirata faz tanto sucesso quanto a original embora não tenha o mesmo tecido e não sirva para o mesmo próposito. Ajudar o timão.

A Fiel é uma torcida fiel, mas nem tanto.

Feliz Natal a todos

Nenhum outro evento consegue mobilizar tantos consumidores ao redor do mundo simultaneamente como o Natal. Não só pelo espírito natalino de confraternização e troca de presentes que recai sobre todos, como também pela necessidade de "natalizar" todos os hambientes de convívio.

Shoppings centers, praças, ruas e casas, todos os lugares são decorados com temas natalinos para que o espírito do Natal esteja sempre presente. Para enfeitar tantos lugares e satisfazer todos os gostos é possível encontrar uma grande variedade de enfeites que vão desde os tradicionais temas religiosos (para quem não se lembra o Natal é também uma comemoração religiosa) até os modernos soldadinhos americanos.

Sim, o espírito natalino também contagiou os "mariners". Na Bronner's Christmas Wonderland você encontra não só soldadinhos, como bolas natalinas com o escudo das Forças armadas americas. Além é claro da onipresente bandeira azul, vermelha e branca.


Nada como produtos que divulguem o espírito natalino.

Feliz Natal e muita paz a todos.

Dá para fazer um lanchinho e voltar

Interromper a programação já é um ponto negativo para os comerciais de televisão. Tirando os publicitários e o próprio anunciante, geralmente, as expectativas dos telespectadores variam entre que o intervalo seja muito rápido e que demore o suficiente para se fazer uma visita à cozinha ou ao banheiro.

Por isso, um dos maiores desafios da publicidade é manter a atenção do consumidor ao longo desse período. O objetivo é transmitir todas as informações em segundos, de uma maneira interessante ao ponto de conseguir vender o produto ou serviço ao público. Conseguir prender a atenção por 30 segundos já não é fácil. O que dizer de 14 horas e 40 minutos sem parar.

Esse é o tempo do comercial da companhia aérea Emirates para divulgar o vôo Dubai/ São Paulo. E por que todo este tempo de propaganda? Para demonstrar a duração da viagem, sem interrupções. O filme, que só pode ser visto pela internet, mostra um paulistano falando sobre a cidade e os hábitos de seus habitantes.

Pelo menos é o que diz Cristiane Correa (editora executiva da revista EXAME). Por que, afinal de contas, o vídeo só prendeu minha atenção por alguns segundos. Mas, cá entre nós, eu não sou público-alvo.

Já dizia o mestre

"Algumas pessoas usam pesquisa como um bêbado usa um poste: para apoio em vez de iluminação." David Ogilvy

Desta vez, não foi piada

O preconceito sempre acompanhou a mulher bonita. Não importa quão loge ela vá, ele está sempre ali, logo atrás. Principalmente, em forma de piadas.

Em um ensaio de moda realizado recentemente, o fotógrafo experiente estava, digamos, com certa dificuldade para se fazer entender pelas modelos. "Não é isso. Vocês têm que vibrar, vamos lá". Algumas poses de peixe morto depois: "Não, gente, vocês não entederam. É para vibrar, torcer, abrir a boca, gritar." Depois de mais algumas poses de peixe morto, agora com boca aberta, o fotógrafo desabafa em alto e bom som: "Deus lhes deu duas opções ao nascer: ser modelo ou ser inteligente. Vocês escolheram a primeira e eu fico aqui sofrendo." "Você não pode falar assim com elas", rebateu a Aninha, que acompanhava as fotos.

"Não se preocupe, não. Olha lá. Elas não entederam". respondeu o fotógrafo, apontando para as modelos. Que continuavam de boca aberta.

100% OFF

Não há dúvidas sobre a importância do poder legislativo para o país. O que é questionável é a capacidade dos atuais representantes que ocupam tais cargos. Projetos de grande importâcia são decididos no famoso "toma lá da cá". Não importa se é a extinção de um imposto ou a absolvição de um de seus membros por falta de decoro. O interesse pessoal e do momento sempre prevalece.

É de se estranhar que, no meio do atribulado expediente, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) encontrou tempo para fazer um projeto que pode inibir que as pizzas continuem freqüentando as manchetes dos cadernos de política do jornais brasileiros. Infelizmente, a proposta não é em relação aos atos dos nobres parlamentares e, sim, ao termo de origem italiana.

Aprovado ontem pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o projeto, de grande importância para a defesa de nossa língua materna, proíbe o uso de estrangeirismos no país. Toda palavra ou expressão escrita em língua estrangeira que forem usadas em comunicação de massa deverá vir acompanhada, com o mesmo destaque, da tradução em português.

Nada mais de light, off, sale, sense and sensibility. Só deve sobreviver a pizza. Afinal de contas, essa palavra já há muito tempo foi incorporada ao vocabulário dos nossos representantes.

Novo papel e a velha tinta da comunicação.

Repensar o modelo, uma frase que flutua já há algum tempo no universo da comunicação e que ainda não encontrou o seu porto seguro. Hoje, já não há mais dúvida que todo o mundo já não são meros receptores e se tornaram ponteciais veículos de comunicação.

Os canais tradicionais ainda buscam as melhores formas de se adaptar a esta turbulência. É como estar no meio de uma chuva de meteoros. A informação está muito mais diluída, ela cai de todos os lados e, da mesma forma que numa avalanche, vai levando pouco a pouco o modelo tradicional de sua distribuição.

Agilidade, credibilidade e relevância. Três atributos que devem continuar norteando as empresas por esse universo. Empresas que, de vez e quando, têm se que desviar de buracos negros que encontram pelo caminho. A nova TV estatal terá estes atributos ou sugará toda a luz a sua volta?

Nem doeu

Nunca tinha entrando de cabeça e dado tanto sangue, pelo menos literalmente, a um projeto como o último. Nada de mais, a não ser o susto e uma dor de cabeça que foi minha fiel companheira pelo resto do dia.

No almoço do dia seguinte, uma amiga que é médica me sugeriu tomar a vacina anti-tetânica. Afinal de contas, não é bom arriscar quando se bate a cabeça numa caixa de metal velha e um pouco enferrujada. “Vá no Carlos Chagas, ali, ao lado da Ciências Médicas. Eles são preparados para aplicar vacinas”.

Saí do almoço pensando. Nunca fui a um Posto de Saúde, imaginava uma longa espera até ser atendido e um atendimento, no mínimo, precário. Poderia ir na Araújo, que também faz a aplicação. Não sei se foi reflexo da pancada, mas resolvi aceitar a sugestão. Ainda era hora do almoço, as coisas estavam bem encaminhadas na agência. Calculei que um atraso de uma hora poderia ser compensado à noite e resolvi ir ao posto de saúde. No mínimo, seria uma experiência inusitada.

Na entrada, nenhuma surpresa. Prédio mal conservado, um vigia armado na porta e muito barulho. Fui entrando e já procurando uma fila. Não havia. Entrei na recepção, uma sala com muitas cadeiras e um balcão vazio. Fui até ele, uma enfermeira que estava mais ao fundo veio em minha direção. “Pois não?” “Gostaria de tomar uma vacina anti-tétano.” “Saindo por ali, é a primeira porta à direita”, ela falou, entregando-me um pedaço de papelão cortado à mão onde estava escrito em canetinha hidrocor, “Vacina – 9”.

Bom, nove pessoas, não deve demorar tanto. Ainda olhando aquele pedaço de papelão e pensando que poderia desistir e ir até a farmácia, cheguei à tal porta. Estava fechada e só havia uma pessoa esperando o atendimento. Vinte minutos se passaram para a porta se abrir e a pessoa entrar. Pouco depois, foi minha vez. A sala não era muito diferente da recepção. Também não era bem conservada e havia duas enfermeiras que, ao contrário da primeira, não pareciam estar de bem com a vida. Falei o que me havia ocorrido, já emendando uma piadinha para melhorar o clima. Ela não foi bem recebida e me fez refletir se a tal vacina seria gotinha ou injeção. Para aumentar meu arrependimento, a segunda opção era a correta. Antes da aplicação, consegui aliviar o clima e minha preocupação. Uma segunda piadinha obteve dois sorrisos reconfortantes como resposta.

“Não vou aceitar reclamação, porque não vai doer nada”. É, realmente não foi tão dolorido quanto eu pensava.

Mailing

Desde escolas oferecendo vaga para o filho que ainda não tenho, até promoções de lojas que nada têm a ver comigo, a não ser a vizinhança, são muitas ofertas desperdiçadas na minha caixa de correio.

Por curiosidade profissional, sempre abro e analiso o esforço desperdiçado. Até imagino qual furada, quer dizer, banco de dados a empresa comprou.  Há dois dias, recebi não só uma, mas duas malas-diretas idênticas que ofertavam o lançamento de um produto que, definitivamente, eu não consumo. 

Para piorar, não havia envelope. Mal coloquei o pé na portaria do prédio,  fui alvo de brincadeiras feitas pelo porteiro devido conteúdo constrangedor da oferta. Envergonhado, li a etiqueta e comprovei que não havia engano. Realmente, aquilo me era endereçado. Enquanto esperava o elevador, ainda ouvindo os risos do porteiro, passei a ler o conteúdo. Bastou alguns segundos para o constrangimento tomar ares de satisfação.

Não só me enviaram os convites em dobro, como o lançamento do livro do Atlético Mineiro, para o qual eu estava sendo convidado, tinha a data do dia anterior. Nem perdi meu tempo amaldiçoando o banco de dados que permitiu tal ofensa. Fiquei feliz em imaginar que talvez a pessoa responsável pela compra de mailing possa ser a mesma pela de jogadores. 

Estou torcendo por isso. Em dobro.

Coincidência vale?



Coincidência. Eu acredito. Mas confesso que está cada vez mais difícil vestir esta camisa.

Descobri pelo "http://www.pristina.org/" que a marca da Vale também tem uma irmã muito parecida (quem quiser conferir: http://www.vitelli.com.br/). Não sei se elas têm o mesmo pai ou se o vizinho é o mesmo. Mas que parece, parece.

E para piorar e completar a série coincidências, acabei de ser informado que há uma pessoa muito parecida comigo andando por Belo Horizonte. Inclusive, ele andou freqüentando um show da banda de um conhecido meu. Não me importo que sejamos parecidos. Só espero ser o original e não a cópia.

Pimenta nos olhos dos outros


"Parabenizo os meus adversários por esta vitória", presidente Chávez, reconhecendo a derrota da sua proposta de reeleições ilimitadas, entre outras coisas, que, segundo ele, "dariam mais poder ao povo". (UOL)

Torcedor lamenta o rebaixamento do Corinthians.(UOL)


Isso foi só um refresco. Afinal de contas, ainda há que lamentar muitas coisas. Inclusive a classificação do Cruzeiro. Precisar da ajuda do Atlético para chegar à Libertadores foi o fim.

Fim de semana sem comemorações. Apenas alívo.

Apesar de tudo, eu ainda tenho esperança

Em breve, haverá em Belo Horizonte um congresso de uma área da saúde que pretende reunir 4 mil congressitas. Nada fora da realidade, considerando que dentre os palestrantes estarão alguns dos melhores profissionais da área.

Um amigo, profissional desta área, foi convidado por sua entidade de classe a fazer parte da comissão de divulgação do evento. Empolgado, ele me procurou para saber se a agência tinha interesse em prestar o serviço antes mesmo de discutir este assunto com a associação.

O tempo passou e eu não obtive resposta. Meses depois, encontrei meu amigo. Antes de me cumprimentar, ele já estava rindo. "Lembra do congresso que te falei? Pois é, eles querem que eu cuide da divulgação. E quando eu perguntei qual seria meu material de divulgação, você não vai acreditar na resposta". "Sua voz?", brinquei rapidamente.

Sem parar de rir, ele confirmou meu temor. "Eles me pediram para ligar pros meus amigos da área". Haja telefone.

Direitos iguais

Era carnaval e Aninha estava, como todo mundo, pulando em Diamantina. Sempre cheia de energia, ficava subindo e descendo as ladeiras em busca de novas atrações nos intervalos entre as batucadas. Como se não bastasse toda a agitação das ruas.

Procurou tanto que achou. Mas achou tarde, a casa estava aparentemente cheia e o segurança barrava todas as pessoas que tentavam entrar. Adepta da seita que prega a utilização do sorriso como chave mestra, foi falar com o segurança. "Ei Moço, eu queria tanto entrar (olhando para dentro da casa, já substituindo o doce sorriso por uma carinha tristonha). Será que você não poderia deixar?" "Você está sozinha?", respondeu o desarmado guarda-porta. "Não". "E com quantas amiguinhas você está?", derretia-se o sujeito. "Só com mais uma pessoa." "Só uma? Vá lá buscá-la que eu deixo vocês entrarem."

Aninha não perdeu tempo. Foi para o meio da multidão e logo voltou segurando a mão de seu noivo. O segurança, olhando com desprezo para a cara do Joãozinho, colocou a mão tampando a passagem da porta e falou olhando por cima: "A casa está cheia, não pode entrar mais ninguém."

Fome de quê?

Domingo é dia de acertar as contas dos pecados cometidos. E, desta vez, as penitências foram altas. Nada de Pai-Nosso ou Ave-Maria, hoje foi dia de acompanhar minha esposa em um bazar.

No início tudo normal, várias araras cheias de roupas, por todos os lados mulheres esperimentando as peças, muito baralho e um calor infernal. O bazar foi montado em lojas fechadas de um street shopping que não deu muito certo. A estrutura é precária, não há provadores, só alguns poucos espelhos - o que forçava as mulheres a abusarem de sua criatividade para poderem esperimentar as roupas no meio de todos.

Fiquei observando o movimento para passar o tempo até que percebi algo estranho. De repente, um silêncio tomou conta da sala. A maioria das mulheres passaram a olhar fixamente e com um certa tensão para algo que estava chegando por minhas costas. Como num estouro de boiada, elas saíram correndo na mesma direção deixando tudo para trás e, como hienas famintas, atacaram uma nova arara de roupa que acabava de chegar.

Resumo

Tudo que eu queria dizer no post anterior está nesta propaganda. "Just that simple and just that hard."



Obrigado, Li.

Tudo se transforma

"Nada se perde, nada se cria. Tudo se transforma." Não sei se era aula de física ou de história, só sei que foi assim que tomei consciência sobre um dos melhores métodos de criação. A observação.



A informação está no ar. Transmitimos e recebemos dados sem nos darmos conta e o tempo todo. Conseguir captar esses dados, misturá-los com o nosso conhecimento prévio e temperarmos com problemas a serem resolvidos pode transformar toda essa massa num bolo criativo, saboroso e original. Ou em um bolo comum, daqueles que já provamos antes em algum lugar. Tudo depende do gosto do chef.



Coincidências acontecem. As informações a que estamos expostos são as mesmas, os resultados podem ser parecidos. Eu, pela qualidade e competência da agência que atende a Telemig, acredito que essa semelhança seja uma infeliz coincidência e um puta azar. E você?

Carol, obrigado pelo link.

Nós vamos invadir sua praia?

Adoro promoção. Principalmente as que oferecem recompensas. E nesta época do ano, não é só uma temporada de sol e calor, como também é tempo de promoções.

Duas me chamaram muita atenção nestes últimos dias. Estava almoçando rapidamente no McDonald's e lendo um flyer que me foi entregue junto com o sanduiche. Não lembro bem qual era a promoção, só lembro que o prêmio seria uma prancha de surf. Prancha de surf e verão, tudo a ver. A não ser é claro, que você vive rodeado por montanhas, a mais ou menos 400 km da praia mais próxima . Acho que, neste caso, ela não me incentivaria muito ao consumo não.

Fiquei pensando se essa promoção levava em consideração ou não o resto do país que não é agraciado pelo toque do Atlântico. Sei lá, você pode tirar férias nesta época do ano e aproveitar a promoção e pegar esta onda. Antes de obter uma resposta convicente, trombei com um cartaz do Gatorade no supermercado que também alardeava uma prancha de surf como prêmio de uma promoção.

Não sei se fiquei chateado ou se foi apenas inveja de não poder sair dali e correr em direção ao mar. Desisti do isotônico e acabei peguando mais algumas latas da minha coca de sempre. Com certeza a promoção não era pra mim. Ou, talvez, eu esteja apenas envelhecendo. E longe do mar.

Simples Assim

Joãozinho fez uma pesquisa para escolher um novo plano de celular que melhor lhe atendesse. Ele encontrou, em todas as operadoras que atuam em Minas, pontos positivos que chamaram sua atenção. Os planos são muitos similares mas alguns, além de proporcionarem mais economia, ofereciam generosos descontos para trocar seu antigo aparelho.

Não querendo mudar o número de seu telefone, Joãozinho foi à loja de sua operadora. Expôs seus desejos e perguntou para o atendente o que a Oi poderia lhe oferecer já que é cliente há muitos anos. Numa simplicidade, o atendente respondeu: "Nada. Trocando de plano o sr. só terá os benefícios deste novo plano. O melhor é você ligar agora para Oi, cancelar o serviço e contratar um novo aqui na loja. Assim, embora você não mantenha seu número, poderemos te oferecer, além dos benefícios do plano, um desconto de R$ 350,00 para trocar seu aparelho."

Joãozinho saiu da loja com uma única certeza. Nada como as distorções criadas por uma política de remuneração atrelada a novas adesões para fazer com que clientes antigos se sintam desvalorizados.

¿Por qué no te callas?

Sempre tive curiosidade em saber se o gasto de uma nação com a manutenção de sua Família Real valeria ou não a pena. Acho bonita a tradição, seus rituais, embora não concorde que alguns tenham o privilégio de serem sustetados pelo Estado sem dar uma contribuição equivalente.

Na verdade, além de servirem como atrativo turístico (o que não é pouco), nunca soube em quê um membro de uma família real poderia ser útil ao seu país. Ainda não sei, mas a Família Real Espanhola - que já tinha meu respeito -, ganhou minha admiração. Acho que pela primeira vez em uma Cúpula Ibero-Americana eu me senti verdadeiramente representado por um "governante". Pena que não foi o meu. Mas isso não importa. Não sei se Aznar merecia ou não as críticas que recebeu ou mesmo as defesas de seu sucessor e de Sua Alteza. Mas não tenho dúvidas que o presidente venezuelano mereceu o puxão de orelhas.

Vida longa ao Rei.

Mercenário

Ele olha as luzes apagadas da cidade. Aquela aparente tranqüilidade lhe incomoda. Não era uma situação completamente nova. Já havia participado de muitas batalhas iguais àquela, sabia o que esperar. Ele olha a sua volta em busca de rostos conhecidos. Não há. Sente a concentração e um peso no ar. Ouve conversas a suas costas. Ainda não está à vontade, olha para suas mãos, para seu uniforme, não se reconhece nestas novas cores.

Os comandos de seus antigos generais ainda martelam sua cabeça: "Amigos! O passado já era." O passado já era... Ainda não consegue ver as cores que um dia ajudou a erguer. Mas ele sabe que elas estão lá. Procura por entre as montanhas, consegue sentir sua presença, mas não as vê. Sim, eles estão lá, preparando suas armas. O campo ainda é o mesmo, o alvo também é o mesmo. Mas as cores não são. Não são só elas que são outras. Ele já não é mais o mesmo. Sua sede por conquistas aumentou.

Sente um calafrio. "Engraçado, não está tão frio". Olha novamente a sua volta, todos esperam o sinal da corneta. Acaricia seu novo cavalo: "Quantas batalhas ainda travaremos juntos?" Segura com firmeza suas novas armas. Olha, agora, além das montanhas, afasta antigas lembranças balançando a cabeça. Sem hesitar, precipita às ordens de ataque, grita expulsando para fora todos os fantasmas do passado. Parte em disparada para a cidade indefesa. Os fantasmas são silenciados pelos gritos dos que o seguem. "Será que deram o sinal?" Agora, não importa mais. Para tudo na vida há uma solução.

Esgoista sim, mas consciente

Não acho que todos os empresários são demoníacos e tenho certeza de que nem todos são santos. Mas sei que o objetivo das empresas é gerar lucro e, para isso, precisam contratar bons funcionários e pagá-los de acordo com os serviços prestados.

O problema é quando a empresa não consegue enxergar além de seus gastos. Não investe o suficiente ou até mesmo explora seus empregados. O resultado, além de não conseguir reter bons profissionais, geralmente é um produtos de qualidade inferior.

Enzo Rossi, um empresário de massas italiano, resolveu fazer uma experiência sobre o salário que pagava a seus empregados. Decidiu que ele e sua mulher viveriam, durante um mês, somente com o valor de um salário mínimo (mil Euros) para cada um. Depois de 20 dias de experiência, eles já não possuiam um centavo. Rossi encerrou o teste e imediatamente concedeu um aumento de 20% aos seus empregados. Perguntado pela revista Veja se por acaso ele seria um marxista, respondeu: "Simples - se o salário é insuficiente, os funcionários vivem sobre stress... consequentemente trabalharão mal. Quero que eles estejam bem para aumentar meus lucros. Por isso posso dizer tranqüilamente que sou um egoista."

Antes um patrão egoista consciente do que um solidário despreparado.

sah-ee-DARE-a

Lembro-me de uma conversa, dessas de tentar resolver os problemas do mundo, numa mesa de bar quando um bando de publicitários queriam descobrir qual é a vocação turística de BH. Era época de eleição e um cadidato a vereador pregava o aumento do fluxo de turistas a trabalho.

Entre um copo e outro, apareciam várias soluções: "É uma ótima idéia, mas acho que ele deveria combinar antes com os empresários. Precisamos de mais multinacionais na cidade para isto dar certo." "Nós temos a Pampulha." "Não, nosso negócio é ser uma cidade base para os turistas visitarem as cidades históricas."

É claro que, com tanta cerveja, não saíram do lugar. Nem imaginaram que uma solução poderia estar debaixo de seus narizes ou melhor, de seus copos. A sugestão veio de longe. Para quem tiver interesse, vale a pena ler o artigo do New York Times sobre a cidade. http://travel.nytimes.com/2007/10/28/travel/28next.html

Valeu pelo texto Portuga.

Café com Arte

Não há mistério em fazer um café expresso na máquina. Basta colocar a quantidade de pó ou grãos indicada pelo fabricante, a quantidade de água, que também é indicada, e esperar.

Joãozinho estava no shopping com sua mulher quando resolveram tomar um café. A cafeteria é nova, o ambiente é bacana e o nome, sugestivo. Pediram dois cafés expressos. Assim que a atendente levou os cafés para mesa, sua mulher, ao olhar, percebeu que eles estavam aguados. A atendente concordou e foi trocar o café. Ao voltar e colocar as novas xícaras na mesa, a atendente falou: "Nossa" e recolheu os cafés, que também estavam aguados. Mais uma tentativa, e desta vez ela consegue 50% de acerto. Um café estava escuro, o outro... bem, o outro foi novamente retirado assim que chegou à mesa sob os olhares espantados do casal. Pouco depois, aparece a atendente com o sorriso de dever cumprido. "Agora sim, este café está bom."

Café com Arte: a arte Joãozinho até entendeu, mas achou que café não tem nada haver com a empresa.

Nascido para vender

Meu primeiro empréstimo, provavelmente, foi o melhor negócio da minha vida. Na época, a inflação era galopante, os preços eram remarcados quase todos os dias. Não tínhamos a menor noção dos preços dos produtos.

Conversando na cantina do colégio, descobri que poderia usar o esquema da cardeneta. Além de não enfretar fila no caixa, os lanches eram anotados, e eu só pagaria no começo do próximo mês. O melhor da história, e que na época eu não tinha a menor idéia, era que ao invés de anotarem um pastel e uma coca, eles anotavam o valor dos produtos no dia. Quando chegava a conta, o valor que eu pagava já não era suficiente para pagar tudo o que eu havia consumido.

Contando isso para meu irmão, descobri que ele foi ainda mais longe. Além de comprar da mesma maneira, ele revendia lanches para seus amigos que, assim, também não pegavam fila. O detalhe é que ele recebia à vista e gastava o dinheiro no mesmo dia para comprar outras coisas. Um negócio da China, pegava um empréstimo mensal sem juros e de quebra, ainda fazia média com a galera na escola.

Ruim com ela...

O sonho de cada produto ou serviço é se tornar essencial e insubstituível. Resolver problemas, satisfazer desejos ou mesmo preencher lacunas. Alguns conseguem essa proeza completando todos os requisitos de qualidade, outros, apenas por serem os únicos disponíveis no momento.

Joãozinho, havia um tempo, não estava satisfeito com serviços de sua diarista. A casa não estava tão limpa, a roupa não estava bem passada e vez ou outra encontrava alguma coisa quebrada. Percebeu que estava reclamando sempre do serviço prestado e que não valeria mais a pena continuar com ele.

Não demorou muito para perceber que, após tomar essa decisão, ele dobrou seus problemas. Além de continuar reclamando, agora também tem que fazer os serviços.

Mas, qual é mesmo o seu nome?

Nome é a primeira decisão importante que fazem por você. Ele pode não garantir um bom futuro como o sobrenome, mas pode ser decisivo para sua sobrevivência às piadinhas dos colegas no jardim de infância. Alguns são perpetuações de nomes familiares, outros são pura falta de bom senso mesmo.

Joãozinho estava em Portugal com a família. Achou que não seria um grande problema pedir para seu irmão caçula comprar uma garrafa de água mineral. Afinal de contas, falamos o mesmo idioma. Poucos minutos depois, o caçula volta segurando a compra. "Quase que comprei uma garrafa mais cara. Fui pegar a que tinha menos unidades porque achei que seria a melhor. Mas aí, quando estava saindo, vi uma que era um terço do preço. A prateleira estava lotada, ninguém a comprava não sei porque". Já imaginando que algo poderia ter dado errado, Joãozinho retira a garrafa da sacola.


A água fez jus ao nome, mas só matou a sede.

E o tempo passa.

Bem afortunadas são as salas de espera que possuem não só um sofá confortável como também exemplares recentes das mais diversas revistas. E que tiveram a sorte de abrigar secretárias gentis e educadas.

Desafortunadas são as salas sem conforto. Malditas aquelas que não têm revistas recentes. E bem castigadas as que possuem secretárias que gritam sem parar ao telefone. Atormentando a cabeça de seus vistantes. Essas salas, sim, merecem a pena que lhes foi imposta.

Mal sinal

Nada como visitar o primeiro templo do consumo de Belo Horizonte para distrair e colocar a cabeça no lugar. Porém, em plena sexta-feira, além de não haver nenhum filme que conquistasse minha atenção, havia sinais de algo inquietante. Nada menos do que 29 lojas fechadas com tapumes.

Está certo que havia meia duzia delas em reforma, mas já não podemos ignorar mais os sinais dos Deuses. Quando acabei a contagem, a imagem de Regina me revelou: "Eu tenho medo".

Que não seja em vão

Sacrificio, um esforço estraordinário, voluntário ou não, em prol de um ideal. Seja para acalmar a ira dos Deuses, ou para conseguir uma graça, ele é um dos artifícios ainda usados com sucesso para a conquista de um objetivo. Embora pareça cruel para as vítimas, ele geralmente visa o bem coletivo.

Usado como justicativa para guerras, é quase sempre invocado em momentos de crise. Quando produz resultados satisfatórios, eterniza o esforço daqueles que deram o sangue por seu ideal. Mas quando não é suficiente, ficam os lamentos de que algo poderia ter sido diferente.

Abrindo portas

Sempre achei as propagandas de cartão de crédito com conceito "portas se abrindo para você" um pouco exageradas. Talvez, por pura ingenuidade, imaginava que qualquer cliente, desde que pudesse pagar pela mercadoria, seria sempre bem atendido. Realmente não colocava tanta fé na força de um pedacinho de plástico que faz não só com que as portas de estabelecimentos se abram literalmente, mas também as de um país.

Joãozinho estava com sua mulher na fila destinada ao resto do mundo da alfâdenga inglesa. Ser designado para a parte dos que sobraram já não é muito confortável, embora seja compreensivo. Até que, enfim, chega a hora da sabatina. Um indiano sem expressão e sem energia dispara sua metralhadora de perguntas sem ao menos levantar a cabeça: É a primeira vez que visitam a Europa? Onde estão os vistos das outras viagens? Passaporte novo? Vocês estão com o antigo? Com o que você trabalha? E você, é publicitária também? Onde ficarão? Deixe me ver a reserva do hotel? Posso ver também as passagens para Portugal? Quantos dias vocês ficarão? Quantas libras vocês têm? Ao ouvir a resposta, o indiano levanta a cabeça e olhando pro Joãozinho pela primeira vez. E dispara um tiro certeiro: só isso? Mas vocês têm cartão de crédito, não têm?

O impacto foi forte, aquela pequena fortuna que o casal levava parecia não significar nada para seu carrasco. Meio atordoado e já com poucas esperanças de sair ileso do tiroteio, Joãozinho contra-ataca. Sim Visa, Amex... Você disse Amex? Revidou o atirador indiano já com um sorriso confiante da vitória. Sim... foi a única coisa que o abatido Joãozinho conseguiu pronuciar antes de escutar os dois estampidos de misericórdia. Abrindo os olhos percebeu que os tiros não eram direcionados a ele. A cavalaria americana chegou de surpresa e com, toda sua eficiência, eliminara o indiano enquanto abria as portas da ilha.

O exemplo que vem de cima.

Ninguém dúvida da importância que os impostos têm para manter a nossa socidade. Mas nem todos os brasileiros percebem o quanto pagamos. Nossos impostos são caros e o que é pior, eles andam em bando. Provocam o famoso efeito cascata, incidem desde a matéria-prima e vão corroendo até o produto final. Um fenômeno lindo de se ver quando se está no Governo, mas péssimo para se pagar, até para quem está no Governo.

Já há algum tempo nosso Presidente surpreendeu todos ao consumir um DVD Pirata do filme Dois Fillhos de Francisco. Um DVD pirata, aquele mesmo, que é mais barato porque além de não pagar direito autoral também não paga impostos. Recentemente, foi a vez do Ministro da Cultura GilbertoGil, que, segundo a revista Exame, não só tinha um DVD pirata do filme Tropas de Elite como chamou alguns amigos para curtir a sessão privada. Azar dele que apareceu o lanterninha, quer dizer o cineasta José Padilha, de surpresa para encerrar a sessão.

A grande questão que fica é: se nossos governantes consomem seu produtos no mercado paralelo sem pagar imposto, por que nós deveriamos pagar? Será que já não seria hora de abaixar os impostos? Quem sabe se o Senado não prorrogar a CPMF o Presidente e o Ministro da Cultura poderão assim comprar produtos oficiais?

Seleção Brasileira

O quadrado mágico não deu resultado esperado mas a CBF não abriu mão dos poderes sobrenaturais para conquistar a taça. Depois de apelar para a mágica de Paulo Coelho, a CBF quer continuar no topo da tabela para ter a Copa de 2014 no Brasil e para isso tenta um reforço de peso (muito pouco, na verdade).

Para trazer não só o caneco mas a copa inteira, ela convocou Gisele Bündchen. A modelo ainda esta negociando sua participação na seleção que vai ao anuncio oficial da sede da Copa do Mundo. Mas, de cara, dá para perceber que o reforço faz todo o sentido. Além de bater um bolão, Gisele provoca uma valorizção média de 15% nas ações das empresas que a utilizam em campanhas publicitárias (segundo o economista americano Fred Fuld - Revista Exame).

Aumentar as chances brasileiras em 15% já seria muito bom, mas seu principal papel deverá ser o de confundir a marcação adversária. Afinal, com ela em campo, quem da Fifa vai se preocupar com os problemas de infra-estrutura brasileiros.

Faça o que digo, não o que faço.

Todos sabemos que colocar um discurso em prática não é uma tarefa fácil. Quando o discurso vem da boca de um politíco, soa impossível. Muitas empresas também não conseguem construir uma ponte entre o que pregam e o que fazem. Como diria o filosofo Ralph Waldo Emerson: "Seus atos provocam tanto barulho na minha cabeça que não consigo ouvir o que você diz."

Joãozinho entrou em contato com a UNI para fazer uma matéria pendente do curso de pós-graduação em Marketing e Comunicação. Depois de preencher uma requisição, o atendente pediu para que ele voltasse no dia seguinte pois, embora fosse sua função na Universidade, não sabia os procedimentos para continuar o processo. No dia seguinte, o atendente continuou não sabendo o que fazer e também não havia ninguém que soubesse. Cansado desse vai-e-vem, Joãozinho esperou muito até que um supervisor aparecesse para resolver o problema.

Para uma instituição que se dispõe a ensinar sobre fidelização de clientes, parecia que não entedia bem do assunto. Já com dúvidas se valeria a pena continuar o curso, Joãozinho pergunta quando chegaria sua carterinha para poder frenquentar o campus. "Você não terá uma carteirinha não. Como você está fazendo só uma matéria, fica muito caro fazer uma pra você", respondeu o atendente com toda sinceridade. "Olha, muito obrigado, mas acho que já aprendi muito aqui. Não precisa continuar preenchedo este formulário. Mais tarde eu te ligo."

Relacionamento

Muitas empresas pregam a importância do atendimento personalizado aos clientes. Mas são raras as que conseguem se relacionar intimamente com eles. E, muitas vezes, graças à iniciativa de bons funcionários.

Quem já preencheu algum cadastro em lojas ou em sites e recebeu alguma oferta realmente feita pra você? Ofertas como as dos sites de comercio eletrônico, que indicam outros produtos comprados por pessoas que compraram o mesmo objeto que você, não contam. Nem as malas-diretas com seu nome em negrito em uma fonte diferente do restante do texto.

Joãozinho costumava tomar um capuccino italiano com sua mulher, na Travessa, depois do almoço. Isso se transformou em um hábito até que eles resolveram almoçar mais em casa do que em restaurantes. Um ano se passou até que voltaram ao estabelecimento. Quando chegaram, não só foram reconhecidos como a balconista já foi logo preparando a bebida de sempre sem que eles pedissem. E quando foram pagar a conta, a caixa perguntou: " Há quanto tempo? Por que vocês sumiram?"

Nem Joãozinho nem sua mulher preencheram algum cadastro na Travessa. Eles só haviam trocados boas-tardes e obrigados com as funcionárias até então. Mas, mesmo com toda a atenção que receberam, não sairam de lá satifeitos. Na verdade, ganharam um peso na consciência por terem se ausentados por tanto tempo.

Sempre cabe mais um

Alguns clientes têm sérios problemas com espaço. Fico até imaginando se eles fazem baliza da mesma forma que entopem seus anúncios com informação. Se fazem, ou eles não têm problemas com vagas ou têm muitos com lanternagem.

"Se estou pagando, não quero desperdiçar nenhum pedaço do anúncio com este espaço em branco". Espaços para respiro, para destacar informação ou de carater estético são os primeiros a serem sacrificados por esses clientes. Em busca de um melhor "aproveitamento" colocam mais informações. "E o que você acha de aumentarmos mais a marca?" "Vamos destacar mais o preço." Na ânsia de destacar tudo, acabam não privilegiando nada.

Imaginem o seguinte briefieng para uma companhia área brasileira. Um comercial institucional, que seja estimulante, que levante a moral dos brasileiros neste momento tão difícil. Além disso, o filme deve mostrar que os clientes podem contar com a pontualidade dos vôos. E que não importa para onde eles queiram ir, há vôos para todos os cantos do mundo. Deve-se, obrigatoriamente, mencionar essa informação e destacar o vôo para Papua. Afinal de contas, ninguém sabe que Papua é uma ilha e é necessário aumentar a procura por este destino. Ah... não esquecer que o vôo para Roma chega na capital italiana às 10h35. Este é um grande diferencial da empresa.

É difícil imaginar que o resultado do filme ficasse ao menos interessante. Mas, com algumas modificações geográficas, bem que ele poderia ter sido o briefing deste filme:

Desde que seja um Ford, prata

Henry Ford escreveu seu nome na história, não estou me referindo só ao logotipo estampado nos carros que saem de sua empresa, mas de sua contribuição para o desenvolvimento do capitalismo.

Foi ele o idealizador da linha de montagem, que padronizou métodos de trabalho e tambéms produtos. Com ela, veio a fabricação em série que possibilitou maior produtividade para as empresas e democratizou o acesso da população aos bens de consumo.

Joãozinho ligou para sua mulher e pediu uma carona voltar para casa. Saindo da agência, não escondeu a alegria de ver o carro já estacionado em frente à portaria do prédio, esperando por ele. Foi andando e notou que interior do carro estava mais escuro do que o normal. Abriu a porta e foi entrando. No que foi dar um beijo em sua mulher, percebeu, todo sem graça, que estava no carro errado. A motorista, que já havia colocado a chave na ignição, olhava-o assustada. Ele, meio sem saber o que fazer, saiu do carro, fechou a porta e se desculpou: "O carro é igual..." Só tinha o insulfilm a mais.

Sua opinião é muito importante para nós.

É muito importante abrir canais de comunicação com seus clientes. Mas é fundamental que eles realmente funcionem. Ninguém gosta de ficar horas pendurado ao telefone escutando uma musiquinha, que geralmente é de um gosto duvidoso, interrompida de vez em quando, por uma voz de propaganda de motel que tenta manter nossa auto-estima elevada: “Sua ligação é muito importante para nós. Por favor, aguarde. Dentro de instantes lhe iremos atender”.

A má utilização desses serviços pode atrapalhar uma boa relação com os consumidores. Quando há demora excessiva no atendimento, ou pior, quando não há resposta alguma, fica a impressão de que a empresa não está interessada em seus clientes.

Joãozinho estava com dúvidas entre dois candidatos a presidente nas eleições de 2002. As propostas eram muito próximas e um deles tinha saído do partido do outro para concorrer a essa eleição. De posse do programa de governo desse candidato, Joãozinho pediu o programa do outro através do site. A resposta veio alguns dias depois do pedido e solucionou rapidamente seu problema: bem educadamente, o comitê de campanha informava que não poderia oferecer emprego para Joãozinho caso o candidato ganhasse a eleição. E que isso só seria possível através de concurso público e mais blábláblá desnecessário. Joãozinho respondeu imediatamente o e-mail, agradecendo a preocupação do candidato por sua vida profissional. Mas dizendo que não era bem isso que ele havia pedido. E questionou que, se durante as eleições o candidato não se interessava em ouvir seus eleitores, o que faria, caso fosse eleito. O programa de governo chegou meia hora depois com um pedido de desculpas e uma justificativa qualquer em sua caixa de mensagens. Tarde de mais para mudar sua intenção de voto.

Tudo por uma boa causa

Interferir positivamente na sociedade, não só através da venda de seus produtos ou serviços, é uma forma interessante de manter um bom relacionamento com seus consumidores. Atualmente, muitas marcas modificaram seus produdos para serem menos poluentes, fazem ações socias ou incentivam seus clientes a praticarem um estilo de vida mais saudável. Para algumas empresas, praticar uma dessas estratégias é apenas a contra-partida aos danos provocados por sua atividade. Para outras, pode ser ideologia, mas todas visam melhorar sua imagem e, quem sabe, aumentar a fatia do mercado.

Ao retornar da padaria no sábado pela manhã, Joãozinho foi recebido ao som de um batuque no melhor estilo Timbalada. Pensou que algum vizinho estivesse comemorando a vida. Chegando à janela, descobriu que o quê parecia uma comemoração era, na verdade, uma ação do “Mc dia Feliz”. A música não era o que ele gostaria de ouvir, mas era por uma boa causa. Meia hora depois, os tambores foram substituídos por gritos de um menino de 8 anos que tentou em vão atrair amiguinhos para andar de bicicleta em uma pista improvisada no estacionamento da lanchonete.

Já desconfiado que ainda poderia ficar pior, Joãozinho teve seus pensamentos espantados por gritos histéricos da Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho e sua turma, que andavam por entre os carros tentado convencer os motoristas a entrarem na lanchonete. Esquecendo-se de todo seu espírito solidário, Joãozinho pegou catálogo telefônico. “Onde, diabos, eu encontro a Bruxa Malvada?”

Se quiserem mais alguma coisa, é só pedir.

Proporcionar uma experiêcia de compra agradável é fator fundamental para que o cliente retorne a consumir. Nenhum investimento em comunicação será suficiente para valorizar uma marca se a empresa não souber como atender seus consumidores.

Não adianta investir em novos produtos e serviços (a não ser se ele for único, insubstituível e necessário para o consumidor), em pontos de vendas e na comunicação e esquecer de treinar seus funcionários. Os clientes podem até aparecer, mas se não forem bem atendidos podem não mais voltar. Afinal, ninguém gosta de repetir uma experiência ruim.

Joãozinho acabava de chegar com sua mulher no restaurante do hotel. O salão estava vazio com excessão de uma alemã solitária e um garçom que foi rapidamente atendê-los: "Quarto 37, não é mesmo?". "Correto. Pelo visto, só faltava a gente?". "Sim, senhor". Eram 10h, o café-da-manhã, segundo as normas do hotel, seria encerrado daí a 30 minutos. O casal mal sentou à mesa e o garçom começou a ajeitar as mesas já arrumadas. Movia cadeira, arredava o enfeite de flores, andava de um lado para outro. Após 15 minutos de muito barulho e sem ter mais nada o que mexer, ele informa com toda educação: "Senhores, vou recolher o café, mas se quiserem mais alguma coisa, é só pedir que eu pego na cozinha pra vocês". Depois de consultar o relógio, Joãozinho não argumentou: ele não conseguia parar de rir pois o garçom tentava explicar a mesma coisa através de gestos para a alemã. Só lhe restou encher novamente o copo de suco e fazer uma provisão de pão de queijo.

Bendito sea el fútbol

Quem já não comprou algo sem saber bem o porquê? Quais são os fatores determinates para o consumo de bens e serviços? A frase do neurologista Donald Calne nos dá uma boa pista: “A diferença essencial entre a emoção e a razão é que a primeira leva à ação, enquanto a segunda leva a conclusões.”

As emoções são culpadas por muitas das ações que executamos no dia-a-dia. Por isso, é importante que produtos e serviços criem um relacionamento emocional com seus consumidores. Trabalhar bem com as emoções é uma boa forma de conseguir uma identificação com o público-alvo.

O amor e o ciúme levaram gregos e troianos a uma guerra. A rivalidade poderia levar muitos argentinos a abandonarem a cerveja Quilmes (que em 2006 passou a ser controlada pela brasileira Ambev) em plena Copa do Mundo. Sua concorrente, Isembeck, percebendo a oportunidade de conquistar mercado, partiu para o ataque:


O contra-ataque não poderia ser mais argentino:

Keep walking

Tudo que sobe, um dia tem que descer. E, geralmente, quando desce, vai até ao chão. Nesse ponto, há duas opções: ou ficar lá estendido ou levantar e continuar seguindo.

Todo recomeço é difícil. Sair da zona de (des)conforto, levantar do chão, olhar pra frente e novamente se expor são os primeiros passos. Isso tudo parece muito fácil, mais não é. Cada movimento pode ser acompanhado por um novo obstáculo, por dúvidas ou por descrédito.

Andando pelas ruas de Ouro Preto, Joãozinho encontrou uma cafeteria interessante. Enquanto se recompunha das ladeiras da cidade com sua mulher, ele reparau que embora a fachada do lugar parecesse histórica, o seu interior era moderno. Outra coisa que chamava sua atenção era que, no meio das mesas, havia algumas colunas em ruína. Qual não foi sua felicidade ao descobrir que a Cafeteira do Centro Cultural Fiemg está no casarão histórico destruido pelo fogo em 2003. Joãozinho até se lembrava da notícia do fogo na praça Tiradentes, bem no centro histórico. O prédio tinha desabado, mas como ele entrou pela porta lateral, não imaginou que estava no casarão reconstruído. Na verdade, ele não esperava encontrar nada lá, cerca de quatro anos depois da incidente. Uma grata surpresa.


O casarão destruído pelo fogo e agora, reconstruído.

Mundo de aparências

Qual é a influência de uma marca na decisão de compra? Somos capazes de diferenciar racionalmente dois produtos similares de marcas diferentes?

Pesquisa recente da Univercidade de Stanford, EUA, com crianças entre três e cinco anos revelou que para elas os alimentos são mais saborosos quando empacotados em embalagens do McDonald's. Alimentos idênticos foram oferecidos às crianças nas embalagens da lanchonete e em embalagens semelhantes, mas sem os famosos arcos dourados. O resultado foi que 60% preferiram a comida nas embalagens do McDonald's, e 22% preferiram a do outro pacote. Só 18% delas falaram que o alimentos nas embalagens diferentes tinham o mesmo sabor. Já as batatas fritas obtiveram 70% da preferência e até a cenoura e o leite pareceram mais gostosos embalados nos pacotes do Ronald McDonald´s.

Joãozinho sempre achou que essa história de marca era uma bobagem: que sempre comprava o que gostava e não se deixava influenciar por marca ou opiniões de terceiros. Certo dia, encontrou com alguns amigos na pizzaria. Convidado a sentar, aceitou um pedaço de pizza. Muito saboroza, a pizza era diferente. Era bem macia, e a carne era meio adocicada. Já colocando o segundo pedaço na boca, perguntou qual era o sabor dela. “Coelho”. Ao ouvir a resposta, o sabor mudou. O doce virou amargo, a textura ficou densa, e o pequeno pedaço de pizza ficou enorme. “Me dá um gole da sua cerveja”. Foi a única coisa que conseguiu dizer nos próximos cinco minutos.

Reflexão. Rotulada como tal.

Sem perceber, classificamos tudo e todos o tempo todo. Talvez façamos isso porque é uma maneira fácil de identificarmos as características de cada objeto ou pessoa. Ou talvez porque simplesmente gostamos de tentar obter respostas sem perguntar.

Rótulos, quando bem feitos, chamam a atençao, despertam interesse, expõem as características e a procedência do produto. Destacam suas qualidades e induzem o seu consumo. Quando são mal feitos não atraem e podem até confundir e afastar os consumidores.

Quantas experiências já perdemos por um rótulo mal feito? Quantos sabores não esperimentamos? Quantos amigos não tivemos?

Pense em mim

Uma das características do ser humano é o apego. Nos apegamos a pessoas, a estilos de vida, a animais de estimação, a times de fuebol e até a objetos inanimados. E, quando possuímos tal sentimento por algo ou alguém, não procuramos um substituto.

Por isso, o apego aos objetos é um obstáculo para a indústria do consumo. Para ela, quanto mais "descartável" for um produto, melhor. Para tentar estimular o consumo e romper essa corrente de afeição, uma das estratégias das empresas é o desenvolvimento de novos produtos. Que, às vezes, não são tão novos assim. Mudam o design, a embalagem, acrescentam uma novidade ou reparam algum defeito para tentar manter a roda do consumo girando. E, para isso, elas contam com um grande aliado: a moda.

Afinal de contas, para que utilizarmos um produto até o final de sua vida útil se podemos substituí-lo por um mais novo, mais moderno, retrô, menor, maior, 2007/2008 ou melhor?



Valeu pela lembrança, Maurilo.

Lembranças


Consumir um produto de sucesso, receber um serviço que encanta e ter uma experiência de marca inesquecível paracem coisas que pertecem ao mundo do "faz-de-conta". Com muito trabalho e dedicação, é possível ter todas essas qualidades juntas no mundo real, mas um dos pioneiros a conseguir essa proeza, se não veio de, ao menos construiu um mundo da fantasia.

Além dos muitos personagens de sucesso e de filmes de animação, Walt Disney criou um portal por onde podemos passar para um mundo encatado, repleto de fadas, princesas adormecidas, produtos e serviços. Em 1955, na California, surgia a Disneylândia: um parque de diversões em que era possível interagir com os personagens dos quadrinhos. Seus clientes não só consumiam seus produtos, mas vivenciavam sua marca.

Hoje, muitas empresas tentam proporcionar esse tipo de experiência a seus clientes. Lojas e hotéis temáticos, inspirados em diferentes estilos de vida, estão em atividade mundo afora tentando oferecer um momento mágico, mesmo que curto. É até fácil imaginar uma boa experiêcia em um parque de diversões ou em uma mega loja de produtos esportivos. Mas como seria se uma loja de móveis tentasse essa estratégia?

Bem, a loja sueca Ikea está para descobrir. Ela criou um hotel dentro de uma de suas lojas com capacidade para 30 clientes passarem a noite. Provavelmente, oferecer uma vivência de marca não foi o principal motivador da empreitada. Como suas lojas são visitadas por muitos clientes de outras cidades, o hotel gratuito acaba sendo um bom conforto para essas pessoas. Claro que não deve ser uma experiência tão agradavel como na Disney, mas pelo menos você leva para casa, além de suas compras, os lençóis (com a marca do hotel) utilizados para dormir. É ou não é um bom suvenir?

Cuidado com a direita

Por quais produtos ou serviços você passaria horas numa fila para consumi-los? Veja bem, não me refiro aos produtos e serviços pelos quais alguém perde horas e mais horas da vida devido a má qualidade como, por exemplo, os do nosso transporte aéreo e da obtenção de passaporte. E, sim, àqueles que você está tão ansioso em consumi-los que não aguenta esperar.

Na Inglaterra, o lançamento do novo livro Hary Potter fez com que uma multidão de fãs esperasse nas filas horas antes das livrarias abrirem para comprar os primeiros exemplares. O mesmo fenômeno ocorreu dias antes, nos EUA, em frente às lojas da Apple por causa do lançamento do iPhone. Kevin Roberts, CEO mundial da Saatchi & Saatchi, classificou as marcas que conseguem mobilizar seus clientes a tal ponto de Lovemarks. Lovemarks são aquelas empresas, serviços ou produtos que você não só precisa ou gosta, mas com os quais realmente se identifica e se encanta por eles. A experiência de uso da marca é tão boa que cria um vínculo forte, a ponto de até perdoar pequenas falhas ou defeitos.

Aqui no Brasil, Joãozinho, mesmo sem saber, também tem a sua Lovemark. Ele aceita peder uma hora e meia de sua vida na fila esperando a sua vez de comprar ingresso. Ele nem ligou porque só havia um guichê funcionando um dia antes do jogo. Joãozinho compreende não poder beber cerveja no estádio para tentar diminuir a violência nas imediações. Ele também não se importou em machucar a perna na hora da comemoração do gol porque havia muito pouco espaço entre as cadeiras no Mineirão. Joãozinho só não consegue entender porque diabos o técnico do Cruzeiro não substituiu o lateral direito que não estava atacando e muito menos defendendo. "Séra que ele não viu que o São Paulo só estava atacando por lá?".

Cara de Tiozão

O mundo está em constante mutação. Conseguir acompanhá-la é uma questão de sobrevivência. Quem estudou biologia deve se lembrar de Darwin e sua tese sobre seleção natural. Só os organismos que se adaptam melhor ao ambiente sobrevivem.

Para as marcas não é diferente. Não acompanhar as rotações do mundo é correr um sério risco de se tornarem velhas, ou pior, obsoletas. É como ter uma banda de Rock aos 64 anos, soa desafinado.

Mas até mesmo um senhor que completa hoje 64 anos de idade pode correr na mesma velocidade da terra. Não só acompanhar as mudanças como lucrar (e muito) com elas, mesmo que desafine de vez em quando. Os Rolling Stones souberam fazer isso muito bem. Eles acabaram de superar o U2 em lucro de uma só turnê. Não é só pelas novas músicas: a banda inglesa se reiventou e adaptou seus antigos sucessos para os ouvidos de hoje. Se você tem dúvidas, pegue a gravação original de "Satisfaction" e compare-a com uma atual (como a do disco ao vivo Flashpoint). É a mesma música, mas um outro ritmo. Acompanhar sempre o novo ritmo é a chave para fazer sucesso tanto na pista de dança como no mercado. Mesmo que você tenha cara de Tiozão. Parabéns Mick Jagger.

Comercial sim; e daí?

Qual é o preço do sucesso? É muito interessante perceber como nós brasileiros menosprezamos nossos conterrâneos que chegam ao topo. É como se o sucesso fosse um crime. As pessoas bem sucedidas são, às vezes, vistas com muita desconfiaça. Despejamos rótulos preconceituosos nelas apenas porque "chegaram lá". Claro que algumas pessoas venceram por meios ilícitos. Mas, muitas são criticadas apenas por venderem bem.

"Paulo Coelho não escreve bem. Ele é um escritor comercial." Seu crime: ser o autor brasileiro que mais vendeu livros no mundo em toda história. Sem falar nos prêmios literários que recebeu ao longo da carreira. Não discuto gosto, nem estilo. Claro que alguém pode não gostar dos livros do Paulo. Temos todo direito de não gostarmos de seus livros, mesmo sem termos, ao menos, lido algum. Mas não dá para negar a qualidade do cara. Para vender tantos livros, em tantas línguas e culturas diferentes, ele teria que ser no mínimo bom, mágico ou neste caso, os dois.

Comercial: alguns falam desta palavra de maneira pejorativa. Qual é o problema em vender muito? Qual é o problema em oferecer aquilo que o consumidor quer? Eu acredito que o problema é justamente oferecer o que ele não quer. Será que na literatura, na música e em outros segmentos "puros" não podem haver profissionais que se orientem pelo mercado?

Você se sentiria mal se também conseguisse vender tanto?

Quem abriria mão de 30 segundos?

Um dos maiores empecilhos em nossa vida é o custo do que queremos. Tudo tem seu preço e, geralmente, ele é maior do que gostaríamos de pagar. No trabalho não é diferente. Joãozinho ficava intrigado quando reuniões de apresentação interna de campanha acabavam em discussão entre o departamento de mídia e o de criação a respeito de verba. “Valeria a pena tirar verba da mídia para a produção desta foto?”, perguntava a mídia indignada. “E se diminuíssemos o número de modelos?”, sugeria ela maliciosamente.

Joãozinho replicava que um dos maiores desafios da publicidade é ser percebida dentro deste mar de superexposição de informações em que vivemos. Com tanta informação disponível por aí, as pessoas tedem a se tornar mais seletivas em relação ao que consomem. Concentrar a verba em mídia é uma tentativa válida de se atravessar este congestionamento de informação através da insistência. Mas, parte da comunicação poderá ser atropelada no meio do caminho se a mensagem não for mais atrativa do que as demais. Para diminuir essa dispersão é importânte investir em produção de peças criativas que realmente despertem a atenção do consumidor. Afinal de contas, a questão não é quantas pessoas serão expostas ao anúncio e sim quantas, de fato, abrirão mão de 30 segundos de suas vidas para prestar atenção nele.

Valor da Marca


Quanto você pagaria por um quadro que tem um rasgo vertical bem no meio da tela e que nem ao menos foi pintado? A princípio, nada. Esse quadro à primeira vista, soa como um material danificado e sem valor. Mas, reflita, um pouquinho. Se o rasgo fosse proposital e esteticamente bonito? Se transmitisse um gesto ou uma emoção? Se houvesse uma história por traz dele? E se eu fosse autor, ou se fosse o Lúcio Fontana? Isto poderia alterar o seu valor?

Tudo depende de como olhamos para o quadro. Se fixarmos somente no rasgo, será apenas um buraco numa tela, uma comodite. Mas, se percebêssemos a força do gesto, se nos envolvêssemos com sua história, e se descubríssimos o protesto contra tradição artística ocidental através do buraco na tela, distiguiríamos esse rasgo de outros.

Lúcio Fontana conseguiu fazer com que um estrago aparente se transformasse em uma obra de arte. Ele não só foi pioneiro, mas diferenciou-se dos demais e criou um novo estilo de arte (Espacialismo). Fontana não vendeu apenas um quadro rasgado, ele vendeu um novo ponto de vista.

Se alguém ainda tem dúvida sobre a importância de um conceito por trás de um objeto, saiba que esta obra, “Conceito espacial - Espera “ está exposta no Tate Moderm, Londres (www.tate.org.uk para quem não for passar por lá nestes dias). Já a minha tela rasgada, bem, achei melhor trabalhar apenas sobre encomenda. Alguém aí se interessa?

Sindrome do Patinho Feio

Quando criança, lemos a história do “Patinho Feio” sem perceber de imediato a importância da mensagem transmitida pelo livro e como seria melhor a nossa vida se conseguíssemos utilizá-la no nosso dia-a-dia desde cedo. Um dia, pode ter certeza, todos nós faremos ou papel do pato ou do cisne na história.

No atendimento ao cliente, um erro de avaliação pode ser fatal. Joãozinho tinha acabado de sair do clube com sua mulher e lembrou-se que ainda não tinha comprado o presente de aniversário de seu amigo. A festa seria em poucas horas, e eles, não querendo perder tempo, foram direto para o shopping no mesmo bairro. Eles entraram numa loja em que já eram clientes há algum tempo para comprar uma camisa. Sem dar muita importância à falta de assédio das atendentes, escolheram o presente e aproveitaram os preços atrativos para comprar outra camisa e uma calça para ele. Feitas as escolhas, foram atrás das atendentes que conversavam em um dos cantos da loja. 'Boa tarde, vocês têm esta camisa “P”?' Depois de alguns segundos de silêncio constragedor, e de uma pequena discursão de quem iria atendê-los, uma delas desabafa: 'Fica sendo minha vez, então.' Joãozinho fica com a impressão de estar incomodando, mas aguarda a vendedora ir até o estoque.

Tudo certo, e a vedendora pergunta a forma de pagamento. 'Cartão', respondeu Joazinho tirando-o da carteira. Abrindo o primeiro sorriso desde então, a simpática vendedora pega o cartão e, virando-se para as colegas, faz uma dancinha estilo “pizza da ex-deputada”. 'Meninas, olhem só'. A simpática vendedora vira-se para o sr. João e pergunta se ele não gostaria de fazer um cadastro na loja. Joazinho agradece e recusa educadamente com uma desculpa qualquer. Pega suas compras e sai com um sorriso constrangido por se sentir inferior ao seu pequeno Amex de plástico.