Onde falta o Estado...

Embora muito criticada, e muitas vezes com razão, a indústria do consumo também consegue promover o bem-estar e até suprir demandas que seriam papel do Estado. 

A empresa suiça Vestergaar Frandsen lançou um canudo com filtros para tornar a água potável. Onde não há infra-estrutura, o "canudo da vida" pode fazer a difereça entre a sobrevivência e a morte. Apontado pela Saatchi & Saatchi como a principal "idéia que mudará o mundo", ele consegue filtrar a água contaminada com alguns microorganismos, como os que provocam cólera e diarréia, deixado-a própria para o consumo. (fonte: UOL)  A companhia recebeu como prêmio pela invenção 100 mil dólares da Saatchi divididos entre dinheiro e prestação de serviços.

Não sabemos se a empresa e a agência apenas visam o lucro ou se trabalham pelo ideal de uma causa nobre, provavelmente elas almejam os dois objetivos. O fato é que elas estão fazendo a diferença na vida de muitas pessoas. 
Mesmo com o aval da Universidade da Carolina do Norte, eu não beberia dessa água. Mas ainda tenho opção...

Ascensão meteórica

Arquitetos londrinos conseguiram comprovar cientificamente que pessoas que possuem mais livros em casa conseguem chegar mais alto do que as que tem menos.



Uma piadinha infame que não tira o brilho da execelente sugestão para aproveitamento de um pequeno espaço.

Repelente de crianças

Um dispositivo inusitado está fazendo muito barulho na Inglaterra. Algumas lojas e shoppings instalaram um aparelho de alta freqüência que afasta crianças e adolescentes com o barulho(segundo G1). O som, em alta freqüência provocado pelo aparelho, teoricamente, só é escutado por pessoas com menos de 20 anos. Dizem que o "repelente de crianças" (apelido carinhoso do aparelho) só é ativado quando aparecem crianças com mau comportamento e que estejam atrapalhando o bom funcionamento do local.

Mesmo assim, alguns grupos de defesa dos direitos das crianças e de defesa dos direitos humanos já se uniram para tentar proibir a utilização da geringonça no país. A grande dúvida é se a instalação desses aparelhos também não afastarão das lojas os consumidores que são pais?

Trilha sonora

Em um de seus textos, Seth Godin fez um paralelo muito interessante entre a música e os negócios. Dos 14 pontos abordados, um me chamou bastante a atenção.

Imaginem um espectador, que no show de sua banda preferida, espera ansiosamente que ela pare de tocar as músicas de seu novo CD e toque seus velhos sucessos. É o apego e o estranhamento se unindo para lutar contra o novo. Godin acredita que, pelo menos por um tempo, o novo nunca se parecerá tão bom quanto o antigo. Isso vale tanto para as novas músicas, quanto para novos serviços e produtos.

Geralmente, essa sensação passa com o tempo. Com o contato, vamos nos acostumando com os novos sons, as novas cores e as novas utilidades. Embora não haja nenhum problema em sentirmos uma certa nostalgia, não podemos ser tolos o suficiente para achar que não haverá nada melhor. Ou pior, não buscarmos algo melhor. Se não, corremos o risco de nos tornamos uma vitrola velha, que enquando a agulha não consegue sair do arranhado do disco, fica sempre repetindo: ai que saudade da minha época.

Sabotagem

Sempre achei que as precauções adotadas para se evitar espionagem durante concorrências públicas ou privadas um pouco exageradas. Na minha inocência, não esperava que agências concorrentes vasculhassem o lixo à procura de layouts descartados. E, embora acreditasse que só vazariam informações por algum eventual tagarela descuidado, tomava todas as precauções para descareterizar o material que seria descartado.

Não estamos prestes a entregar nenhum material para concorrência. Não tinhamos nenhum motivo para preocupação. Mas, como não se pode acreditar sempre nas aparências, começamos a duvidar das coincidências. Primeiro, a rede da agência foi interrompida ontem a noite sem motivo. Não houve pico de luz, nem nada. Ela simplesmente parou de funcionar. Como em um filme de terror, foi quando a luz se apagou que aconteceram os problemas. Hoje, quando liguei minha máquina, percebi que todos os arquivos da pasta clientes tinham sido apagados. Não estavam no lixo, eles desapareceram sem deixar rastro. Não foi obra de um virus desavisado. O alvo era claro, outros arquivos com a mesma extensão e o sistema foram poupados. Não tiveram misericórdia e nem deram chance de reação. Como disse o técnico: "Isso só poderia ser feito por um homem."

Entraram na agência? Muito difícil. Acesso remoto? Provável, o firewall estava desligado e o acesso remoto era permitido até então. Algum concorrente? Dúvido e muito. Ex-funcionários, ex-fornecedores, funcionários ou fornecedores? Não faço a menor idéia. A lista de possíveis autores é grande, o motivo é  ignorado, a hora e o local já são claros. Só sei que depois de recuperar alguns arquivos e começar a refazer outros, só me resta pedir proteção ao meu santo preferido antes de ir para casa. E, para facilitar as coisa pro São Tomé, acho que não custa nada levar um backup de garantia. 

Valeu pela ajuda Matheus. Deu para recuperar um bocado de arquivos com a sua informação.

Tradução simultânea

Ir ao cinema tem se transformado em um teste de paciência. Depois de passar pelas fases das piadinhas gritadas por adolescentes que querem aparecer, das guerras de pipocas e de bate-papos diversos com ou sem telefone celular, percebi uma nova tendência entre os espectadores dos cinemas de BH: a tradução simultânea.

Dos últimos três filmes que vi, dois foram assistidos com alguém fazendo o imenso favor de traduzir partes do filme. E o pior, ambos eram em português. Está certo que um era a animação Bee Movie, em um sábado à tarde e cheio de crianças. A mãe queria que o seu filho de aproximadamente 5 anos entendesse todo contexto e ficava explicando cenas do filme. Foi até justificável e confesso, que em algumas cenas, a tradução foi mais interessante do que a própria animação.

No segundo filme, a criança que não estava entendendo o contexto era um pouquinho maior, cerca de 20 anos. Ela nos presenteava com um resumo óbvio e indesejado das cenas a cada 10 minutos e terminava sempre com a mesma pergunta: não é mesmo? Menos mal que o seu namorado tinha bom senso e deveria ou estar respondendo as indagações apenas acenando a cabeça, ou simplesmente a ignorava. Esta situação se repetiu até um pouco mais que a metade do filme Meu nome não é Johnny, quando a criança insinuou que seu namorado era do mesmo ramo comercial do protagonista. "Fulana, porque você não termina de ver o filme calada?" perguntou o namorado. Não escutamos a resposta, mas, pelo visto, a sugestão foi acatada porque a partir de então não ouvimos mais nem a respiração da garota.

Só porque ninguém te entende, não significa que você seja um artista

Arte é tudo aquilo que é considerado como tal. Não há mais regras. Na verdade, não precisa nem ser esteticamente interessante. Muitas vezes, uma obra de arte não tem o menor sentindo. E por que mesmo precisaria ter?

É simplesmente uma questão de ser reconhecido por seu público (sim, um objeto pode ser considerado arte por alguns e meros cadáveres empalhados para outros, por exemplo). Se você fosse o primeiro a expôr um mictório, talvez pudesse obter o mesmo sucesso de Marcel Duchamp. Ou talvez não.

Se classificar uma imagem como sendo arte já é bem complexo, o que dizer de um texto? Onde está o limiar entre o neologismo de Guimarães Rosa e o erro do João da Silva? Até onde podemos suprimir um pronome numa campanha publicitária deixando-a gramaticalmente incorreta? Seria realmente uma licença poética? Não sei, é difícil dizer o que é arte.

Mas, para mim, publicidade não é arte. Arte nos passa diferentes significados e sensações - o que possibilita várias interpretações. Já a publicidade canaliza os significados e as sensações em uma interpretação: compre. Seja uma imagem institucional ou um produto/serviço. Sendo assim, não teríamos direito à licença poética. Mas não me cabe julgar e, sim, o consumidor. E como diria um grande redator que foi meu dupla: Por que você está reclamando? Diretor de arte nem ao menos lê.

Como assim?

Joãozinho se despediu da simpática atendimento que deixava uma das mais tradicionais agências da cidade. Ao voltar para a criação, sentiu uma certa agitação. Ele não havia percebido, mas a atendimento não foi ao departamento apenas para dizer tchau, ela também foi recolher alguns trabalhos. A criação se debatia, não sabia porque diabos a atendimento tinha recolhido algumas peças para colocar em seu portifólio.

Depois de ouvir algumas explicações e não se contendo, Joãozinho, o estagiário, levantou a hipótese de que talvez a atendimento não gostasse muito dos trabalhos criativos da agência e tenha pegado as peças para mostrar o tamanho do seu esforço e competência para aprová-las. Bem, metade da criação riu da piadinha e seu deu por satisfeita com a explicação - a outra metade parou de cumprimentar o garoto a partir de então. O fato é que eles nunca souberam a razão.

Alguns anos se passaram, Joãozinho estava "layoutando" um anúncio para uma siderúrgica quando chegou um mídia para se despedir. Depois de avisar que iria para outra agência, o mídia, que acabara de retornar de férias, olhou para o monitor e exclamou, indignado: "Que bosta! Foi só eu sair de férias para a siderúrgica anunciar em revista. Eu não tenho nenhum anúncio dela em meu portifólio." Desta vez, embora já não fosse mais um estagiário há muito tempo, Joãozinho ficou calado. Não achou nenhuma hipótese plausível, não conseguiu nem mesmo fazer uma piadinha. Depois de alguns segundos, só esboçou um pois é.

O poder de um anjo

Em 1999, quando a Victoria's Secret anunciou o seu site no intervalo comercial da final do Super Bowl (campeonato de futebol americano), 1,2 milhões de pessoas desistiram de acompanhar o restante do jogo e se conectaram ao site da empresa.

Nove anos depois, a empresa voltou a anunciar na final deste grande evento.



Desta vez, não se sabe quantas pessoas abandonaram a partida. Mas o comercial foi o mais assistido durante a final deste ano (Nielsen no clubeonline). Como se pode ver, não há como resistir à força celestial.

Mineirão 2014.

Mineirão 2014. Um estádio mais moderno para você." Essa é a promessa veiculada no placar eletrônico durante o primeiro jogo da Libertadores. É ótimo que os administradores do Mineirão queiram melhorar a qualidade do estádio. O que me assusta é o quão distante eles estão desse objetivo. E, para piorar, o prazo prometido não é nada animador.

A colocação de cadeiras já foi um avanço, mas ainda exitem problemas básicos. Só para ficar em um exemplo, entrar e sair do local continua uma roleta russa. E se você estiver de carro não é nada bom. Não há espaço delimitado para se estacionar - e esperar pelo bom senso das pessoas, definitivamente, não é uma boa aposta. Um caos para entrar, fileiras triplas de carros estacionados, obstrução das vias de passagem
e, conseqüentemente, um caos também para sair. Claro que esse teste de paciência não sai de graça. Cobraram 50% do valor do ingresso para a utilização do estacionamento. Isso, sem contar o "tomador-de-conta", que cobra à parte para garantir a integridade do seu veículo.

Ainda há muitos campeonatos até 2014. A segurança nas áreas próximas do evento é um problema bem maior do que o conforto dos torcedores. Mas, como na Copa do Mundo, nos resta torcer para que não seja apenas mais uma promessa. E que um estádio mais moderno signifique um estádio mais seguro e confortável. E, porque não, em menos tempo.

Para melhor servi-lo

Quando se contrata um serviço, o mínimo que se espera é ser bem atendido. Um serviço de entregas não precisa se esforçar muito para atingir esse objetivo. Basta entregar o produto no prazo, em perfeitas condições e, se não for muito, com um pouco de educação do prestador de serviço.

Bem, não sei quanto ao prazo ou mesmo sobre a qualidade do produto entregue, mas o serviço prestado pela Toninho Água Mineral e Gás ficou muito distante do recomendado.
Quando parei o carro em frente à portaria do meu prédio após o almoço, vi um entregador de gás saindo do prédio aos berros. Meio cabaleando e todo ensanguentado apareceu o porteiro - de aproximadamente 60 anos - que se apoiou na porta.

Enquanto minha mulher ligava para a polícia, desci do carro e fui até o entegrador. Ainda com o botijão nas mãos, ele não quis saber de conversa e continuou a gritar e a ameaçar até perceber que ela estava ao telefone e dando a placa da sua moto. Colocou o capacete rosa e fugiu, enquanto a polícia militar pedia para minha mulher aguardar na linha antes de interrompor a ligação sem a menor explicação.

O porteiro já está recuperado, acredito que o cliente da Toninho Água Mineral e Gás não contratará mais seus serviços e quanto à PM... Bem, já se passaram três dias e ainda estamos esperando pelo serviço.

PS. O motivo da agressão foi o porteiro ter pedido ao entregador que subisse no elevador de serviços do prédio, conforme reza a norma do condomínio.