O importante não é só competir

Daqui a dois dias acontecerá a a eleição para a sede das Olimpíadas de 2016. Chicago, Rio, Madri e Tóquio estão na briga.

É inegável que o Brasil tem problemas mais urgentes para resolver mas, não se pode negar que sediar uma olimpíada é uma grande oportunidade para o país. Não só pelos investimentos em infra-estrutura que deverão ser feitos e pelo grande fluxo de turistas que poderão desembarcar nas praias cariocas caso o Rio seja eleito mas, também, pelo efeito cascata que este evento provocará na economia. Mais turistas, mas consumo, mais dinheiro para o país.

É um investimento grande, com riscos de desperdícios e espaço para corrupção e, por isso, deve ser bem fiscalizado e de perto. Mesmo com todos os problemas e a violência, acredito que, a longo prazo, o investimento realizado para sediar um Olimpíada trará bons retornos, como aconteceu com Barcelona.

Ficarei na torcida.


O Rio de Janeiro continua lindo. Pelo menos na propaganda.


Congestionamento on-line

Segundo uma pesquisa da Symatenc divulgada pelo site adlatina, 87% dos e-mails enviados no mundo são spans. Se você tem um e-mail, provavelmente já percebeu isso da pior maneira possível.

O que me surpreendeu foi a 2ª posição do Brasil no raking dos maiores disseminadores de mensagens indesejadas, com 12% do total de spans enviados, atrás apenas dos EUA, com 29%.

Haja anti-span.


Denominação de Origem

Conselho aos viajantes: Nunca, de forma alguma, peça Presunto Parma em uma salumeria na Toscana. Principalmente se o proprietário estiver com uma faca na mão.

É pior do que ofender a mãe. Para eles, na Toscana é sacrilégio querer comer presunto de Parma (região vizinha). E não se trata apenas de uma questão de geografia de abatimento do animal, envolve todo o preparo - e que eles juram fazer toda a diferença.

Fico imaginando se um dia teremos algum problema em pedir queijo canastra no Serro ou vice-versa.

Did you know 4.0?

Vale a pena parar um pouco para ver este vídeo (indicação:
@atilafrancucci) sobre as mudanças de comportamento que
estão alterando nosso relacionamento com as mídias. Ou será o contrário?

Eu também consumo livros (21 a 27/09)

"Em 1789, Luiz XVI convocou uma reunião geral dos 'Estados Maiores', em Versalhes.
O Primeiro Poder era constituído de trezentos nobres.
O Segundo Poder, de trezentos prelados da Igreja.
O Terceiro Poder, de seiscentos cidadãos.
Alguns anos mais tarde, após a Revolução Francesa, Edmundo Burke olhou para o andar superior onde estava localizada a tribuna de imprensa dos Cidadãos e disse: 'Lá está sentado o Quarto Poder, e seus membros são os mais importantes de todos aqui dentro."

Esta é a nota inicial do livro O Quarto Poder, de Jeffrey Archer, que conta a disputa entre os mais poderosos magnatas da imprensa. Sem mais palavras, leitura obrigatória para quem gosta de um bom livro, de uma boa briga e de uma boa história de ficção sobre o jornalismo.

Qualquer semelhança com a vida real será mera coincidência?

As praias de BH

Este calor insano do fim de semana em BH me lembrou um elogio recebido em Florença, Itália. O dono do hotel ficou felicíssimo ao saber que éramos brasileiros. Todo dia, ele puxava assunto:

1) - Vocês são de Belo Horizonte? Lá é muito bonito!
- Nossa, você conhece BH?
- Nunca fui, mas as praias de lá são muito famosas por aqui.
- ...

2) - É verdade que todo mundo no Brasil sabe sambar?
- Não. A gente não sabe.
- Mas todo mundo joga futebol?
- Eu, não (respondi).

3) - Buenos dias! É assim que se diz bom dia no Brasil não é?
- Não. Assim é em espanhol. A gente fala português.
-Ah, é mesmo. Essa língua de vocês é muito difícil.

Perdeu, playboy!

Bater a mão no bolso de trás e não encontrar a carteira não é uma situação muito agradável. Ver a expresão de "é, meu amigo, se fudeu" do flanelinha, da menina do bar e da secretária da agência depois que perguntados se, por acaso, eles teriam visto uma carteira passeando por ali, também não é.

Pelo menos, ao chegar na delegacia, ao invés de encontrar uma pilha de B.O. espalhados pela mesa como há uns quatro anos, encontrei um lugar informatizado e ágil. Registrar a perda ou o furto, rapidinho. Solicitar outra via da carteira de motorista, é só pedir pela internet (e pagar uma taxa de R$ 48,84, claro).

No mais, estou sem dirigir, sem cartão ou cheque. Acho que vou precisar de uma babá por uns tempos.

No fio do bigode

Confiança é um ônibus rodar sem trocador, apenas com um sensor eletrônico para validar o ticket. É um posto de gasolina self-service, onde, depois de abastecer vai-se até a loja efetuar o pagamento. É fechar a loja para curtir as férias de verão e colocar um aviso com o dia da volta. Tudo isso é possível com confiança o que possibilita uma dia a dia mais sadio.

Chegávamos no hotel no primeiro dia em Roma cansados, ou melhor exaustos. Subimos até o quarto, passamos o cartão na porta e nada. Passamos mais quatro vezes e nada de a luz verde aparecer e liberar nossa entrada. Fui até a recepção e expus o problema. Provavelmente homenageando minha quinta geração, o recepcionista subiu ao nosso andar para abrir a porta do turista brasileiro idiota que era incapaz de abri-la. Dez minutos e várias tentativas depois, o recepcionista diz que deveria haver algum problema com o cartão e ele iria voltar até a recepção para pegar a chave-mestra.

Meia hora depois, volta o sujeito e tenta abrir a porta mais algumas vezes com o meu cartão.

- Me desculpe, senhor. Mas a camareira trancou a chave mestra em sua gaveta e temos que esperá-la.
- Ok, você acha que vai demorar muito?
- Bem ... ela mora nos arredores de Roma e não tem carro. Deve ser aproximadamente 40 minutos. Mas vocês podem esperar em outro quarto.

Sem outra opção e sem as malas, esperamos até a camareira chegar.

No dia seguinte, saímos com a promessa de que o problema seria resolvido até voltarmos. Mas não foi. Quando voltei à recepção, pelo menos desta vez, a chave-mestra estava lá. Sem hesitar, o recepcionista me entrega a chave-mestra e avisa:

- Só não se esqueça de deixá-la aqui quando vocês saírem.

Ok, outra cultura, a chave estava em boas mãos (as minhas, claro) mas deixar a chave-mestra de um hotel na mão de um hóspede é muito. Talvez, depois de duas horas, a consciência deva ter pesado porque o cara foi lá pegar a chave de volta.


O aviso para não emprestar a chave para um hóspede. Completamente ignorado.

Xixi no banho - parte 2

Mais um vídeo para a campanha SOS Mata Atlântica incentivando o xixi no banho. Minha mãe continua achando um absurdo.

Quer saber mais? Visite www.xixinobanho.org.br

Sempre está acontecendo algo ao redor de uma cerveja.

Várias cervejas podem mudar, pelo menos por um certo tempo, sua perspectiva em relação ao mundo. Mas como seria o mundo na perpesctiva de uma cerveja? No Heineken Experience, um museu interativo sobre a cerveja em Amsterdã, é possível obter essa resposta.

Além de saber mais sobre a marca, sua publicidade ao longo dos anos e o processo de fabricação da cerveja, os visitantes entram de cabeça em seu processo de produção. Como se fossem um dos ingredientes, eles percorrem todo o processo. Da escolha dos ingredientes, passando pela preparação, pelo engarrafamento, até sua distribuição. No final, chegam ao bar onde compravam a qualidade do produto e se interagem com os demais "ingredientes".

Uma experiência interessante, com direito a três canecos de cerveja durante o percurso e um do suco de cevada (surpreendentemente saboroso).

Os cinco ingredientes da Heineken:
água, cevada, lúpulo, levedura Heineken "A" e, claro, a loirinha.

Eu também consumo livros (14 a 19/09)

Convencer o Du a ler Afrodite, de Isabel Allende, me fez lembrar um clássico da literatura latinoamericana: Como água para chocolate, de Laura Esquivel.

Gosto de livros que mesclam literatura e comida (ou seria gastronomia?) e "Como água para chocolate" faz isso de uma maneira incomparável, mostrando a força da comida na vida da família de Tita, a protagonista da história. Os 12 capítulos correspondem aos meses do ano, cada um com sua receita e o livro começa com o nascimento de Tita, na cozinha, em meio a temperos e panelas, já mostrando a forte relação que ela teria com a comida durante toda sua vida. Afinal, como filha mais nova de uma tradicional família mexicana, seu destino era não se casar para cuidar da mãe na velhice. A cozinha torna-se seu espaço de criação, onde Tita transmite seus sentimentos por meio de suas receitas. E contamina, no bom sentido, todos à sua volta.

O que o futuro lhe apronta dá a corrente narrativa do livro: seu grande amor casa-se com sua irmã mais velha, vendo nisso a única forma de ficar perto de Tita para toda a vida.

Em tempo: Estar como água para chocolate = estar a ponto de explodir seja de raiva ou de paixão.

PS: Confesso que não gostei muito do filme (apesar de o mesmo ter ganhado vários prêmios), mas o livro é mais do que recomendado.

Em busca de uma cafeteria

Está cada dia mais difícil para Aninha e Joãozinho tomarem um bom expresso depois do almoço. Até que existem opções na região Savassi que preenchem com louvor três requisitos básicos: qualidade, ambiente tranquilo e preço. Mas elas pecam em um requisito fundamental, a higiene.

Depois da cafeteria em que o garçon usava o mesmo pano para limpar o balcão, os bancos e o cano de vapor para fazer a espuma do leite (nesta ordem), eles encontraram outra que, até então, parecia perfeita:

"Aninha vira para a garçonete que acabara de trazer o expresso e diz:

- Desculpe-me, mas esta xícara está suja de batom. Você poderia trocar por outra, por favor.
- Oh... me desculpe senhora. Vou tirar outro expresso para você.

Servir em uma xícara suja de batom é uma falha que poderia acontecer em qualquer lugar e que por si só não faria estrago suficiente para arranhar a credibilidade do lugar. O problema é quando a falha se repete e em um curtíssimo espaço de tempo.

- Aqui está senhora. Mais uma vez me desculpe, disse a garçonete ao servir uma nova xícara de expresso.
- Eh ... moça...., por favor. Esta xícara também está suja de batom.

Ao escutar a nova reclamação, Joãozinho confere a sua xícara.

- Pelo menos a minha está limpa, Aninha. Ou será que quem a usou antes não estava de batom?"

Em Praga, também apostaram no Cruzeiro

Perder a final da Copa Libertadores da América não foi bom, escutar as piadinhas dos amigos foi pior, agora, investir em produtos do Cruzeiro a milhares de km e não obter retorno é de lascar.

Estávamos andando pelas ruas de Praga quando uma loja que vende Matryoshka, aquelas bonequinhas de madeira russa que vêm uma dentro da outra, também usadas para fazer caricaturas de políticos, chamou minha atenção.

Bem lá no cantinho superior direito havia uma Matryoshka azul, com cinco estrelas no peito e com a marca do Banco Bonsucesso. Quando o vendedor percebeu para onde eu olhava, abriu um largo sorriso e falou uma de um monte de palavras incompreencíveis que eu consegui entender: Cruzeiro.

Com a felicidade de alguém que enfim vai conseguir desencalhar o estoque pegou a Matryoshka Cruzeirense escalada com: Kleber, Wellington Paulista, Marquinhos Paraná, Gerson Magrão, Zé Carlos (aquele infeliz na qual a única proeza foi conseguir ser expulso de campo em 7 segundos), e Fábio.

A felicidade do vendedor logo se transformou em decepção quando percebeu que eu não levaria o produto. Seria até uma lembrança interessante se a Matryoshka do Cruzeiro tivesse a mesma qualidade das bonecas dos políticos russos. Pois, além de mal escalada, era mal feita. Ou você acha o Kleber a cara do Marquinhos Paraná?

Matryoshka com o tema do filme Guerra nas Estrelas

Eu também consumo livros (8/9 a 14/9)

Gosto muito dos textos da Isabel Allende mas sempre tive um certo preconceito contra seu livro: "Afrodite - Contos, receitas e outros afrodisíacos" (ed. Plaza Janés).

Não sei, para mim, acrecentar pitadas de romance num livro de receitas não era muito apetitoso. Foi por muita, muita mesmo, insistência da Liene que, com certa desconfiança, tampei o nariz e experimentei o livro. E como não podeia deixar de ser, as palavras de Allende mais uma vez me conquistaram.

A sua magnífca descrição dos objetos e sentidos, acrescidas de porções de humor irônico e povilhadas de sensualidade produziu um livro extremante divertido e surpreendente. Vale a pena provar deste tempero.

Intocáveis?

Depois de um mês fora, não foi nada reconfortante perceber que as figuras políticas citadas em escândalos que estampavam as capas de jornais do final de julho, também frequentavam as primeira páginas dos períodicos do final de agosto. Com uma pequena diferença: os atores eram os mesmos mas, os problemas eram outros.

Sem julgamento, a produção de escandalos, verdadeiros ou falsos, e seus arquivamentos sem uma conclusão satisfatória geram uma sensação grande de impunidade e desordem. A classe política parece viver num Olímpo, um lugar onde se decidem nossos destinos e, também, onde os mortais não têm o menor acesso.

Mas uma matéria da revista Exame aproximou, mesmo que indiretamente, os mortais ao mundo político. Em "As empresas que ajudaram a eleger José Sarney" a revista escancara o calcanhar de Aquíles político: o financiamento de eleições.

Para os políticos, não deve haver nada mais mortal do que secar uma fonte.


Entre linhas

Filtrar as informações que estão por trás dos encantos publicitários não é fácil. Como também não é fácil perceber as reais intenções de uma pessoa em um diálogo do cotidiano.

O vídeo "Truth in Avertising" mostra como seria, na visão de seus
produtores, a criação de uma campanha publicitária no dia-a-dia de uma agência. Sem filtros, sem termos politicamente corretos, apenas a essência das entrelinhas.


Uma divertida indicação do Rafael Portugal do Brazil Canada Brands.

Pra quem for

Eu adoro receber dicas quando vou viajar. Assim, não poderia me furtar de dar três dicas muito legais para quem for visitar o velho mundo. Afinal, eu consumo...

* restaurantes: Em Praga, descobrimos o Klub Architektu (Betlemske Namesti 169/5A), um restaurante superdescolado, no porão de uma casa, ao lado da faculdade de arquitetura e design. O menu, com o prato do dia, sobremesa e uma cerveja de 500 ml saía a algo equivalente a 7 euros. Lugar bacana, atendimento em inglês (ninguém merece entender tcheco) e pratos típicos muito legais escondidinho no centro da cidade. Já em Paris, bem atrás da Notre Dame, o Café Med (Rue Saint Louis-en-I'ile 77), servia um menu de entrada, prato principal e sobremesa por 9,90 euros. Preço decente, comida boa e lugar charmoso numa cidade tão cara.

* hotéis charmosos: Passeando pela Toscana, vale a pena desviar-se de qualquer caminho e perder-se em San Quirico D'orcia, um pequeno vilarejo onde está o Relais Palazzo del Capitano. O hotel é em uma antiga casa de época, com quartos chamosos, cheirosos, tratamento vip, jardins internos com oliveiras e videiras para perder a noção do tempo... E ainda é do hotel a Trattoria Al Vecchio Forno, com a melhor comida italiana que já comi na vida. Na noite em que jantamos lá, era dia de trufas frescas. Nunca tinha experimentado o famoso 'tartufo', e o cheiro inebriante do meu prato será para sempre inesquecível.