Os iluminados

Dar nome a um livro não deve ser uma tarefa fácil. Tem que ser atraente, passar uma ideia do que está nas próximas páginas, instigar, destacar-se na prateleira da livraria.


Como explicar, então, que um autor dê o mesmo subtítulo a dois diferentes livros seus e com assuntos tão diferentes?


Este eu li, faz parte da saga de Ramsés.


Se alguém leu este, que conta a história da vida de Mozart, por favor, me explique o que ele e Ramsés têm em comum para merecerem a coincidência... exceto o fato, claro, de serem ambos Filhos da Luz.

Natureza das imagens

Minha natureza é expressar por imagens. Um pouco por isso, compartilho um blog que me força a a comunicar com as palavras também. Mas tem momentos que me calo, não escrevo e me expresso. Mesmo que seja por imagens de outros...


O início de uma erupção (foto retirado no timesonline.co.uk) e o

fim de um tubarão (foto retirado no ffffound.com)

Pausa do comercial

De tanto fazer pausas para o comercial, às vezes, sinto a necessidade de parar para refletir sobre as pessoas que ainda não têm recursos para entrar na ciranda do consumo.


Chicken a la Carte - um triste maravilhoso curta do diretor Ferdinand Dimadura produzido em 2005. Quatros anos se passaram e ainda não mudou muita coisa.

Imagem vale mais do que mil palavras?

Palavras podem construir ou destruir uma imagem. Elas podem ser duras, podem até machucar.

E para mostrar o forte impacto que agressões verbais podem provocar, a Saatchi & Saatchi de Singapura resumiu a força das palavras em imagens numa campanha contra a agressão verbal. Uma maravilhosa e forte direção de arte.

Imagem da camapanha da Saatchi & Saatchi Sigapura para a Aware (Association of Women for Action & Research)

Sorria, você está sendo obervado.

Há uma frase, que sempre é lembrada no meio publicitário, e que já não me lembro mais o autor, que diz que somente 50% da publicidade que o autor fazia funcionava. O problema é que ele não sabia identificar qual era exatamente esta metade.

Uma nova tecnologia desenvolvida pela 3RCorp promete ajudar nesta identificação. Ela possui um mecanismo que faz a mensuração da audiência de algumas mídias externas. O programa, com auxilio de uma câmara, consegue identificar quando uma pessoa olha para a mídia conseguindo medir sua audiência com precisão.

Uma boa ferramenta (descoberta no site da
infoabril) para auxiliar no trabalho de conquistar a atenção do consumidor.

Que maravilha

Que todo mundo entende de publicidade, eu já sabia. Mas não imaginava o quanto é fácil e rápido aprender as técnicas da profissão atualmente.

Segundo o Alencar, o simpático vendedor do Virtual Kit de Publicidade (que deixou uma mensagem em meu Orkut), o seu produto serve para desenvolver propagandas, comerciais, vinhetas, festas, cinema (seria fazer um filme ou uma sala de exibição?), desenho em 3D e até edição de reportagens (que não é publicidade, diga-se de passagem, mas deve ter entrado no pacote como brinde). Ao todo, são 15 DVDs com aulas de softwares, propagandas antigas, apresentações e o caralho a quatro.

Tudo para aprender a fazer publicidade de forma rápida e barata. Faltou apenas algo sobre público-alvo no conteúdo do Kit. Afinal, depois dos quatro anos que passei na universidade, mais o ano de especialização, os estágios não remunerados e os 10 anos de mercado acho que este produto chegou tarde.

Pra vender, tem que comprar

A joalheria tinha uma peça no estoque há anos. Um colar de ouro maciço, grosso, com um laço enfeitando. Algo que deveria ter sido vendido na década de 80, mas que ainda estava no fundo do cofre.

Para provar a suas vendedoras que existia gosto para qualquer tipo de joia e que qualquer uma poderia ser vendida, desde que exposta de maneira correta e se a vendedora acreditasse no produto, Aninha - gerente da loja - se comprometeu a vender o colar.

Lustrou a joia, colocou-a no lugar de maior destaque na vitrine e esperou. No meio da manhã, entrou na loja uma senhora interessada no colar. A mulher vestia-se de maneira normal, não usava jóias e aparentemente nada fazia crer que ela poderia pagar alguns milhares de reais pela peça.

Experimentou o colar, olhou-se no espelho sob vários ângulos e sorriu. Disse, ao fim, que estava sem seu talão de cheques e sem o cartão de crédito. Mas voltaria até o fim do dia para buscar o colar. E pediu a Aninha que o reservasse para ela.

E assim Aninha o fez, sob o riso sarcástico das outras colegas que não acreditavam, em hipótese alguma, que aquele colar démodé seria vendido. Primeiro, pelo modelo ultrapassado; segundo, pelo valor exorbitante da peça e, para terminar, pelo perfil da suposta compradora.

No fim da dia, pouco antes de encerrar o expediente, entrou um homem na loja procurando por Aninha.

- Sou o motorista da Madame Fulana. Ela pediu que lhe entregasse esse envelope e pegasse a peça reservada.

No envelope, estava o dinheiro para comprar o colar, como havia prometido a mulher.

O poder de uma sacola no shopping

Aninha foi comprar um presente para o aniversário da filhinha de uma amiga. Passou na loja de brinquedos e aproveitou que estava no shopping para dar uma volta. Estava na porta de uma outra loja, perguntando o valor de um produto quando sentiu alguma coisa puxando a sacola com o brinquedo.

Por um momento, pensou que era o Joãozinho, impaciente e doido para ir embora. Mas ele estava ao seu lado na loja. Olhou para trás e não viu ninguém. Mas um novo puxão na sacola a fez olhar para baixo e perceber um moleque de uns 4 anos tentando abrir a sacola:

- Quero ver o que tem aí!
- Hein?, assustou-se Joaninha com o tom imperativo do menino e puxou a sacola para si.

Um novo puxão e a mão e a cabeça do menino já estavam dentro da sacola. Joaninha olhou desesperada para o lado e viu a mãe da criança com um sorriso amarelo, sem tomar nenhuma iniciativa drástica como, a seu ver, a situação pedia.

- Filhinho, não mexa na sacola da moça.
- Mas é um brinquedo e eu quero vê-lo!

Passou pela cabeça da Aninha várias possibilidades de ação, entre elas dar um sermão sobre boas maneiras para a criança e um sobre educação de filhos apra a mãe ou vingar-se da mãe da criança dizendo "aqui tem um carrinho superlegal, mas você vai ter que pedir um para a sua mãe rápido porque na loja está acabando". Mas preferiu o meio termo e sair dali o mais rápido possível.

- Aqui tem uma boneca linda e acho que você não vai se interessar, disse puxando a sacola com força junto ao corpo.

A mãe deu outro sorriso amarelo e Aninha foi embora pensando no perigo que correu: vai que o menino também gostava de bonecas?

Pauta do dia

No dia em que é divulgado o fim da exigência do diploma para jornalista (quero ver que empresa séria ou redação decente que vai contratar alguém sem diploma...), conheço o Newseum - Interactive Museum of News, com sede em Washington D.C.

Entre várias coisas que este museu interativo sobre notícias/jornalismo traz, está uma que vai fazer os curiosos como eu se deleitarem: as capas do dia de jornais mundo afora (aqui). Da Folha de S. Paulo ao Jornal Amazônia. Do Wall Street Jounal ao Arab News, passando por El País, The New Zeland Herald e The Namibian. 

São 821 jornais diferentes, de 73 países. Detalhe: de Minas só tem o Super e O Tempo. 


Planejar não é tudo

Primeiro, sair da garagem apertada, cheia de carros, não foi rápido. Para piorar, o trânsito estava lento por casusa da saída dos alunos da faculdade. Apesar de tudo, como tinham saído com antecedência, chegaram no horário para a última sessão de cinema.

- Que bom que tinha esta vaga na porta. Mas espera aí... você lembrou de pegar os ingressos?, perguntou Aninha.

- É... acho que comprar os ingressos antecipadamente não foi uma ideia tão boa assim, respondeu o Manezinho.

Este tal de rock 'n' roll

Falar em política sempre termina em desabafo sobre a qualidade (a falta dela, na verdade) dos nossos governantes. Em pleno show do Capital, não poderia ser diferente.

Antes de cantar a música sempre atual (infelizmente) "Que país é este?", o vocalista lamenta a desonestidade dos governantes de Brasília e lembra que até poderia haver alguma exceção. 

Neste momento, ele começa a rir e a narrar um fato inusitado: 

– Depois de um show no Rio, a porta do camarim se abriu e entrou um governador. Fiquei surpreso (risos). Pelo menos o governador de vocês é rock 'n' roll!

E com penteados diferentes...


Pra quem acha que futebol é coisa só de homem e que não pode ser gracioso, veja esta mesa de totó (ou pimbolim) exibida no Festival Internacional de Design, em Berlim.


Todo mundo crescendo

Primeiro foi a Mônica, o Cebolinha, o Cascão e a Magali que resolveram, para meu desespero em relação ao passar do tempo, crescer. Agora foi a vez da Luluzinha e do Bolinha se tornarem adolescentes.

E conectados com o mundo virtual. A Luluzinha tem um blog (que tem até entrevista com a cantora Pitty e desafios de quebra-cabeça) e todos da turma estão no twitter. Lulu continua investigadora e amiga; Bola (não mais Bolinha) é guitarrista de uma banda, Alvinho é surfista, Glorinha doida por moda e Aninha é a ligada em tecnologia.

Para resgatar um pouco de história, a Little Lulu foi criada em 1935 (!) e conseguiu sua primeira aparição através da revistal "Saturday Evening Post". O grande sucesso fez com ela tivesse ganhasse a partir de 1945 seu próprio Gibi, e partir de 55 saindo também em tira diárias. No Brasil, ela foi publicada pela primeira vez em 1950, na revista "O Cruzeiro", e a partir de 58 se torna um sucesso editorial . Com isso passou a ter seu próprio gibi junto a Bolinha, sendo publicada até meados dos anos 90. (mais aqui)


Para não se esquecer

Os museus podem ser divididos em dois grandes grupos: os que celebram os feitos que os seres humanos se orgulham de terem feito e os que relembram as coisas que temos vergonha e que não devem ser repetidas.

Dentro do segundo grupo, o carioca Diário do Comércio inaugurou o Museu da Corrupção on-line. Um museu para lembrar os escândalos que marcaram a história política do Brasil. Escândalos que, teimosamente, se repetem ao longo dos anos com a cumplicidade da maioria de nós, eleitores.

E, claro, num museu em que o tema recorrente é a ganância, não poderia faltar a lojinha onde os interessados podem encontrar camisas do colarinho branco, além da famosa cueca com espaço para transportar moeda estrangeira. Sem falar na pizzaria virtual que sempre mantem o forno quente para quem quiser um lanchinho ao longo da visita. Um pouco indigesto, lógico.

Desastre de comunicação

Desastres aéreos são um prato cheio para a mídia. A tristeza que atinge a todos deve ser deixada de lado e há muito trabalho para quem está na imprensa diária, buscando informações concretas, tentando sair fora de especulações, explicando tudo por meio de infográficos e animações, tentando novos focos para a divulgação de um mesmo fato que, neste caso do Airbus da Air France, ficou um tempo sem novidades enquanto se buscava alguma pista do avião.

Há trabalho de sobra também para os assessores de comunicação da companhia aérea. Desde 2ª.feira, segundo o Jornalista & Cia, foi montado comitê de crise e, entre outras ações, há liberação de comunicados impressos a cada 40 minutos ou hora cheia, um trabalho de divulgação proativa, também inseridos no site da Edelman (assessoria de comunicação da Air France), na tarja vermelha do site da Air France, e no Twitter, avisando que há comunicado novo nos sites.

Mas o espírito aproveitador do brasileiro não poderia deixar passar em branco o desastre do voo 447. Uma outra assessoria de comunicação distribuiu um release oferecendo uma análise numerológica do acidente. Segue trecho:

"A mídia fala insistentemente de um "mistério", tratando-se de um avião tão cheio de reservas e recursos contra acidentes. O airbus foi projetado para suportar mesmo grandes solavancos. Porém, o que os técnicos não estão observando é a configuração numerológica."

Segundo eles, o número e o horário do voo, o nome do avião, a quantidade de passageiros, a data do voo inaugural da aeronave, e vários outros indícios já diziam que o desastre era uma coisa praticamente certa.

Fiquei indignada. Assim como aconteceu quando uma outra assessoria ofereceu uma análise, feita por uma psicóloga, de como o psicológico de Nayara (amiga da menina Eloá que viu o namorado da amiga matá-la) seria afetado pela trajédia e ela teria problemas pelo resto da vida.

Será que não há um limite? Que tal o bom-senso?

Vá explicar.

Recentemente na Turquia, nosso presidente disse que aqui no Brasil, comerciante que vai de porta em porta é chamado de "turco". Os turcos de verdade não acharam a menor graça na história. Usar expressões como essa, que remetem a estereótipos de um determinado grupo, é sempre um risco. Principalmente quando se está a trabalho.

Joãozinho estava participando de uma discussão acalorada sobre a implantação de um novo projeto, quando um dos integrantes apresentou uma proposta um pouco mirabolante. Imediatamente após a apresentação, ouviu-se do outro lado da mesa:

- Isto parece coisa de português

Nada de mais, se não fosse pelo fato de que, não só quem apresentou a proposta nasceu em terras lusitanas, como 2/3 dos presentes também vieram de Portugal.

Depois de eternos 30 segundos, o silêncio foi interrompido por uma voz com um forte sotaque lusitano:

- Como assim? Não compreendi.