Fogueira da inquisição

Banner na fachada de uma livraria hoje na Savassi:
"Livros para iluminar o seu Natal"

Vão começar a por fogo?

Cortem as cabeças

O bom senso recomenda atacar a causa para se resolver um problema, mas há pessoas que insistem em paliativos, que podem até aliviar os sintomas por um tempo, mas que sempre vêm com algum efeito colateral.

"Banir propagandas (de fast food) reduziria obesidade infantil, diz estudo" - este é o título de uma matéria do UOL. Uma dedução mais do que esperada. Afinal alimentar o consumo é uma das funções da propaganda, bani-la reduziria o consumo em qualquer segmento, inclusive o de alimentos. Mas o real problema seriam os comerciais de hamburgeres? Segundo o estudo publicado no "Journal of Law & Economics", banindo as propagandas de fast food conseguiria-se reduzir o número de crianças de 3 a 11 anos acima do peso em 18%. Quantas crianças de 3 anos conseguem comprar algum produto por conta própria? E de 4, 5, 6...?

Que a obesidade infantil é um problema, não há dúvida. Mas as soluções passam mais para a educação dos pais do que pelo banimento da publicidade. Soluções como essa me parecem com aquela piada de corno que quando descobre que sua mulher o traiu no sofá, troca o sofá.

Haverá algo no céu além dos aviões de carreira.

Em 2012, entraremos de vez na era dos Jetsons, o desenho da produtora Hanna-Barbera do início da década de 60. Neste ano, o Skycar, o carro que voa, deverá ser comercializado em grande escala.

Embora a data prevista seja em um futuro próximo, o valor estimado para o produto pertence a um futuro muito, mas muito distante daqui - R$ 2,4 milhões. Pensando bem, a sua comercialização não será em uma escala tão grande pelo menos no início.

O "Carro" para quatro passageiros deverá voar a 600km/h e sua proposta é ser mais simples de se pilotar do que um helicóptero e consumir menos combustível do que um esportivo de luxo. Nada mal para quem vive preso nos engarrafentos das grandes cidades.


Só espero que o Skycar seja bem silencioso. Afinal, já basta o barulho do trânsito debaixo de minhas janelas.

Um único planeta.

Achei bem interessante quando vi na globo.com que na Malásia ocorre o Festival de Moda Islâmica. Na minha inocência não cabia que uma população com hábitos tão tradicionais pudesse incorporar uma das grandes celebrações do capitalismo ocidental como o desfile de moda.

Me lembrei que desde que ouvi falar sobre globalização pela primeira vez ouço sussurros praguejando contra o fim das tradições locais. Pessoas que defendiam que, por exemplo, os índios continuassem vivendo nas matas sem usufruir dos benefícios da tecnologia, enquanto os pregadores das tradições continuavam a usufruir de suas maravilhas tecnológicas em seus apertamentos da zona sul. Como se alguém tivesse o direito de decidir sobre como outra pessoa deva ou não viver.

Se uma tecnologia ou costume estrangeiro é positivo, por que não incorporá-lo? Nada contra as tradições e muito menos a favor dos desfiles de moda, mas as coisas evoluem e os costumes devem seguir o mesmo caminho. Afinal, a troca de mercadorias e conhecimentos não obriga as pessoas a mudarem seus hábitos - são seus próprios anseios que motivam a mudança.


Desfile de moda Islâmica na Malásia.

Vai um jabá aí?

Na linguagem da comunicação, jabá é aquele 'agradinho' que o jornalista recebe de uma empresa ou de uma fonte; ou que uma rádio recebe para tocar determinado cantor. Mas antes de esta palavra entrar no meu vocabulário com este significado, ela entrou na minha vida pelo caderno de receitas. E por um 'mico' gigante no Mercado Central.

O tio de uma amiga nos passou uma receita de caldo de mandioca simplesmente divino, que ele sempre fazia nas festinhas de dias frios. Pimentão, cebola, mandioca, bacon, temperos e... carne de jabá. "Açougue que tem carne para feijoada tem carne de jabá", garantiu-nos o tio.

Por algum motivo (talvez medo de descobrir que bicho estranho era esse que dava o toque de Midas no caldo) não perguntamos a ele o que seria esta carne de jabá. Dispostas a fazermos nós mesmas a receita, baixamos no Mercado Central com a receita nas mãos. Depois de comprar meio quilo de carne de jabá, já íamos saindo do açougue quando não me contive mais (para mim, era melhor saber o que eu estava comendo do que comer na ignorância e deixar a imaginação solta). "Moço", perguntei ao açougueiro, "como é um jabá? Que bicho que ele parece?".

O açougueiro fez questão de repetir a pergunta em voz alta para que todo o açougue parasse pra rir da nossa cara. "Menina, é carne de vaca mesmo". Lembro-me de rir também, ficar vermelha como o pimentão da sacola, e sair de fininho enquanto ouvíamos as gargalhadas dos açougueiros. Até hoje imagino se mais gente faz esta pergunta ou se aquelas duas meninas com uma receita nas mãos desvendando o Mercado o fez rir por mais tempo.

A internet chegou ao mundo dos mortais e pude, então, pesquisar o que significa a tal carne de jabá:

Carne-seca - Passa por processo de secagem como o da carne-de-sol, mas recebe mais sal e é empilhada em lugares secos. Precisa ser constantemente mudada de posição para que seus líquidos evaporem. Depois é estendida em varal, ao sol, até se desidratar completamente. É também chamada de charque, carne-do-ceará ou jabá.

Diferente da Carne-de-sol:
Carne-de-sol - Carne que passou por processo de secagem. O preparo requer que seja ligeiramente salgada e colocada em lugar coberto e ventilado, o que exige clima seco, como o das regiões do semi-árido do nordeste brasileiro (mas pode ser feita em outras regiões quentes). Com essa técnica a carne ganha uma casca protetora que a conserva internamente úmida e macia.


Sentindo na carne

Nunca gostei de usar band-aid. Sempre que usava me dava a impressão de que aquela proteção retardava a cicratização do ferimento, além de ser um saco na hora de tirá-lo. 

Hoje, achei uma versão simplesmente sensacional do produto. Nada como o bom e velho bacon para tornar as coisas mais saborosas. Para quem se interessar em encomendar o seu, cada caixa sai por U$ 4,90 pelo site mcphee.com.

Quem quer notícias de antes de ontem

Reduzir o preço, melhorar a condição de pagamento, enfim, qualquer esforço é válido quando é preciso  limpar o estoque para se obter espaço para os novos produtos. 

Uma promoção pode ser a última chance para a empresa transformar a mecadoria encalhada em dinheiro e também é a oportunidade para o consumidor adquirir o produto que queria numa condição mais vantajosa. Principalmente se o produto for perecível. O triste é que ainda podemos achar empresas que tentam empurrar produtos com prazo de validade vencido para seus clientes. 

Para quem se interessar, na Leitura é possível comprar os livros de astrologia com previsões para os anos de 2005 e 2007, por R$ 4,90 cada. Vai ver elas se concretizaram e você ainda não sabe disso.

Santa Eficiência

Em tempos de concorrência acirrada não basta apelar para os santos para garantir o pão nosso de cada dia, é preciso controlar os gastos e aumentar a produtividade. Em plena crise global e com aumento da concorrência, até o vaticano resolveu apertar as rédeas sobre seus funcionários. 

Segundo o uol, os funcionários do vaticano, padres, bispos e acerbispos inclusive, terão que bater ponto, como grande parte dos trabalhadores, toda vez que entrarem ou sairem do local. Bater o ponto todo santo dia até que não é uma medida nova para a igreja, mas havia sido suspensa durante 50 anos. 

Só não se sabe se o Papa também terá que bater o seu cartão. Afinal, chefe é chefe em qualquer lugar.

Alguém se lembrou das bolsas

Mulher ir ao banco é sempre uma aventura: nós versus a porta automática. Se fosse só deixar as chaves e o celular na gavetinha da porta, seria ótimo. Mas não. O sensor consegue pegar as ponteiras de metal da agendinha, a sombrinha, a cartela de remédio para dor de cabeça, o porta-batom por causa daquele detalhe de metal... quando não é a própria bolsa que dificulta a nossa entrada.

Não sou contra as portas de segurança. Pelo contrário. Sempre me submeti a isso com o prazer de saber que, se a porta barra meu anticoncepcional, vai barrar o revólver de um ladrão.

Mas esta semana tive uma doce surpresa ao ir ao Itaú. O banco colocou um guarda-bolsas (e demais apetrechos que não serão usados dentro do banco) perto das portas de entrada. Com o cartão do banco, abri uma portinhola, deixei minha bolsa com tudo de perigoso que tinha lá dentro e entrei no banco feliz com só com minha carteira. Na saída, foi só passar o cartão e ir embora. Tudo bem mais rápido do que o normal.

Não sei se outros bancos já pensaram nisso. Só sei que fiquei feliz e achando a sacada genial. Deve ter sido idéia de mulher (sem nenhum pré-conceito nesta afirmação).

A história das coisas

Ser um consumidor ecologicamente correto ou 'sustentável' é uma realidade da qual nós - ou nossas futuras gerações - não poderemos fugir. Eu já comecei minha parte, separando lixo para a reciclagem, mandando para doação aquelas peças do guarda-roupa que não uso há mais de um ano e usando ecobag para fazer supermercado.

Depois de ver o filme abaixo, me deu vontade de fazer ainda mais. Afinal, a revista Veja desta semana já avisou: "O planeta está esgotado: o homem já consome mais recursos naturais do que o planeta é capaz de produzir. O ritmo atual de consumo é uma ameaça para a prosperidade futura."



Eu quero e preciso fazer mais antes que meus filhos (ainda nem encomendados à cegonha) cresçam. Eles vão precisar de um planeta para viver.