Feliz 2010

Pedras aparecerão pelo caminho. Chuvas e trovoadas, sem dúvidas, também não deixarão de aparecer. Mas é claro que, para aqueles que procuram, também haverá um céu de brigadeiro e um mar de águas calmas e cristalinas. Como sempre, haverá muitas oportunidades perdidas e outras tantas aproveitadas; muita esperança e algumas desilusões.

Será um ano novo, embora igual a todos os outros; será único simplesmente porque podemos fazê-lo assim. E, para isso, torço para que haja mais jutiça do que injustiça e que ao menos a indiferença seja reduzida. Afinal, o futuro nada mais é do que a consequência do nosso presente.

Filme da AlmapBBDO

Meu carro não é filé

Natal, tempo de festas, confraternização e principalmente de caixinhas.

Para algum desavisado caixinha não é sinônimo de presente. Ela é literalmente uma caixinha que geralmente é carregada por todas as esquinas onde há um sinal de trânsito em Belo Horizonte em busca de uma moeda. Elas também podem ficar em cima de um balcão de uma loja, da recepção do seu prédio, enfim, em qualquer lugar onde há um fluxo constante de pessoas.

Mas, o mais interessante não é a caixinha em si . Na verdade, são os seus portadores. Eles oferecem a caixinha como se prestassem um grande favor e alguns se revoltam quando gentilmente recusamos.

Joãozinho mal parou seu carro no sinal e um bando de garotos correram em sua direção sob a observação de dois adultos sentados na calçada.
- Moço, colabora com a minha caixinha de natal?
- Hoje não, meu amigo.

Assim que ouviu a resposta, o portador da caixinha se virou para os adultos e gritou:
- Dá até raiva. É por isso que eu falei que só queria ir em carro filé.

O que é que a Bahia tem?

Há alguns anos fui surpreendida com a informação que eu tinha uma empresa de equipamentos médico-hospitalares na Bahia. Empresa de médio porte, com atuação no sul da Bahia, clientela fixa, um calote na praça e uma dívida de quase 200 mil reais. Foram três anos na justiça, várias noites sem dormir, dezenas de telefonemas de cobradores até regularizar a situação. Uma ida a Salvador para buscar os documentos da 'minha' suposta empresa mostraram que a Liene que assinou a papelada lá era até meio analfabeta - desenhou meu nome caprichado, mas não devia saber o que estava escrevendo.

Agora é a vez do presidente Lula ser a vítima do serviço bacana prestado pelos cartórios da Bahia. Para denunciar os abusos de um cartório soteropolitano, um empresário falsificou uma certidão de casamento, colocando no lugar dos noivos os dados de Lula e Dilma Roussef (leia aqui). Como não tinha a certidão original - ele autenticou uma cópia - pagou 700% a mais que o normal (a boa e velha propina) e tudo ficou por isso mesmo. No meu caso, a figura tinha minha carteira de identidade original (surrupiada em um furto em BH) e nem deve ter precisado pagar o 'por fora'.

Como vender a publicidade?

Um dos grandes desafios da Comunicação é comprovar a eficácia de investimentos nesta área para os demais setores de uma empresa.

Tarefa árdua. Principalmente por se tratar de uma área pra lá de subjetiva. Além do mais, nenhuma pesquisa do mundo fará um consumidor admitir que um determinado anúncio influenciou a sua decisão de compra. Na verdade nem eu admitiria. O fato é que uma dupla da agência Y&R da Austrália conseguiu demonstrar, de uma maneira simples, na prática a influência que uma boa comunicação pode ter nos resultados de venda de um produto.

O vídeo não é novo, mas a discussão é sempre atual.

Navegando por mais uma bela propaganda

O produto é para internet, o ambiente da tecnologia por natureza. Já a propaganda tem um apelo artesanal. O que proporciona um casamento perfeito entre o ambiente virtual e real.


obs: Nos comentários, falam que o anúncio é da BBH de NY mas não consegui confirmar essa informação.

Valeu pela indicação Júlio.

Um brinde à hipocrisia

Eu tenho medo da censura disfarçada de moralismo. Tenho medo do politicamente correto quando este se transforma em opressão. Não tenho nada contra medir bem as palavras, muito menos contra um palavrão. Muitas vezes uma palavra mais dura é mais sincera e produtiva do que uma outra adocicada.

Segundo a mmonline, alguns consumidores se manifestaram ao Conar contra a campanha "Guerreiros" da Africa para a Brahma. Segundo esses consumidores, o teor da campanha poderia estimular a violência em estádios como a ocorrida em Curitiba na última rodada do Campeonato Brasileiro.

A campanha não é violenta em si. Tem argumentos bélicos e expressa desejos de que a nossa seleção seja tão guerreira como os trabalhadores do país. Fala de uma batalha no campo de futebol, como é batalha de nossa vida. Não há estimulo à violência, há palavras provenientes do vocabulário militar. Nada que mereça uma manifestação ou que leve um bando de frustrados a invadirem um campo de futebol para agredir jogadores e árbritos.

O camelô que cada um merece

Está cada dia mais comum sair pelas ruas e encontrar `toreiros` (camelôs não licenciados) vendendo DVDs piratas pelas ruas. Na verdade, só tenho visto o comércio ambulante trabalhando com este tipo de mercadoria há um bom tempo. E com a proximidade do Natal, o volume só está aumentando.

E isso me fez lembrar uma das coisas que me chamou muito a atenção na Europa, principalmente na Itália - berço do Renascimento. Pelas ruas, sendo vendidos em bancas (licenciadas, creio eu), estavam centenas de livros de arte. E, o mais incrível: a preço de banana. Livros bons, novos, capa dura, edição bem acabada, luxo. E por um preço que transmite o real valor da arte para a cultura local: está no sangue, deve ser ensinada desde criança, deve ser de fácil acesso, deve ser barata para ser de possível acesso.

Pena que a nossa mala era um espaço físico limitado.

Para entrar no clima de Natal

Historinha ouvida na festa de família:

- Ôh, mamãe, não é o Papai Noel quem traz os brinquedos para as crianças?
- É, meu filho.
- E ele não tem uma fábrica de brinquedos?
- Tem.
- Então porque os meus vêm embrulhados no papel da PB Kids?

Historinha ouvida no elevador:

- Filho, vamos separar seus brinquedos antigos para levar para as crianças da creche neste Natal? Elas não têm brinquedos...
- Não se preocupe, não, mamãe. Papai Noel já vai dar presente para todo mundo...

Me engana que eu gosto

Estava abastecendo meu carro num posto de gasolina quando chegou uma promotora do jornal O Tempo.

- Você aceitaria um jornal de graça?
- Claro.
Depois de me entregar um exemplar do dia a mocinha saiu e pouco depois voltou segurando um carro em miniatura daquelas promoções de juntar cupons.
- Você gostaria de ganhar mais este brinde? Basta apenas me entregar o seu cartão de crédito. Ele é Master ou Visa?
- Espera aí. Como assim entregar o cartão? Você quer que eu faça uma assinatura, não é isso?
- Não, senhor. No Tempo, nós não trabalhamos com assinaturas e sim com um programa de incentivo à leitura. Você gosta de ler todo os dias?

Foram dez segundos de silêncio para entender o significado daquelas palavras antes de uma explosão de gargalhada.
- Desculpe, moça. Mas essa é muito boa. Obrigado, não estou interessado no programa de incentivo à leitura, não.

Deve ser coisa do Kalil e do Barão

Para fazer uma peça de marketing viral contagiante é preciso uma boa ideia, senso de oportunidade e, por que não, um pouco de sorte para ajudar.

Como se pode ver no vídeo abaixo, não precisa seguir esta ordem. A sorte, por exemplo, pode ser o começo da ação. Sorte de alguém fazer um gol de cobertura do meio de campo e da sua empresa anunciar a maior cobertura do Brasil na placa de publicidade logo atrás deste gol.

Daí em diante, é só inventar uma historinha e publicar.


A dica foi do @fredpublicidade já a história...

Imagens do nosso tempo

Há imagens que marcam e atravessam a história andando em nosso imaginário coletivo. O diretor de arte Drew Beam criou pinturas utilizando algumas destas imagens transportadas para os dias de hoje.

Caiu e ficou na rede

Quanto tempo você passa navegando pelas redes socias? De uma maneira bem-humorada a propaganda para o Vayo alerta para sintomas de viciados em redes sociais.

Literalmente

As vezes, ser literal pode significar simplicidade com muita eficência.


Chaves de fenda e phillips, mantenha sempre com você para aqueles reparos imprevisíveis.

Conectados

No dia a dia, vivemos uma imensa contradição. Ao mesmo tempo que nos distanciamos das pessoas, seja por excesso de trabalho ou falta de tempo, a tecnologia nos permite uma aproximação constante.

A distância e a proximidade provocadas pela tecnologia não é um assunto novo. Mas, ao organizar meus arquivos encontrei este filme da Bell de 2004 (se não me engano) e ainda me pareceu bem atual.

Efeito colateral ou oportunidade de negócio?

Segundo pesquisa do IBGE (no site do UOL), a taxa de casamento no Brasil voltou a bater o recorde de 1995. Foi constatado que o número de pessoas que buscam a união estável tem crescido desde 2003 e a taxa de casamento (número de casamentos dividido pelo número de habitantes multiplicado por mil) voltou a atingir o pico de 6,7 no ano passado.

E para quem aposta que o casamento não é uma união tão estável assim, o próprio Uol mostra uma boa oportunidade de negócio. Uma doceria britânica criou bolos para comemorar a separação judicial. Nada mais oportunista.

É só fazer as contas, a taxa de casamento começou a crescer em 2003. Isso quer dizer que a crise dos 7 anos ocorrerá exatamente no ano que vem. Tempo suficiente para quem tenha dotes culinários e uma pitada de bom humor abrir o negócio e aproveitar o mercado.

Imagens dos bolos criados pela Pink Rose Cakes. Tem tudo para funcionar no Brasil.

O consumidor infantil

Ainda não tenho filhos, e deve ser por isso que me espanto como poder de influência dos pequenos consumidores nas escolhas dos produtos e serviços.

Não me refiro somente àquelas compras cala-a-boca - quando uma criança pede, chora, esperneia e o pai ou mãe, não aguentando mais a pressão, cede aos caprichos do pequeno ditador. Me refiro às pequenas escolhas do dia a dia.

Neste final de semana, o meu amigo e pai da minha afilhada estava em BH e me ligou para marcar um chopp.

- E aí, Eduardo? Sugere um lugar que eu possa levar as meninas.
- Pô, Léo, não faço a menor ideia. No shopping? Sei lá....

De repente, reconheço a vozinha da minha afilhada de três anos:
- Papai quero ir no Sico do Chuasco!

Fiquei todo orgulhoso por minha afilhada ter escolhido uma churrascaria. Pelo menos até chegar no Chico do Churrasco e entender o porque ela escolheu o local. Atravessando a rua já foi fácil identificar os caichinhos castanhos voando e o grande sorriso estampado no rosto da Camila se divertindo no pula-pula.

E se Harry Potter dirigisse a General Eletric?

Não. Eu não consigo imaginar nem busco uma resposta. Mas esse é o título de um dos inúmeros livros de autoajuda empresarial que podem ser encontrados por aí. Fiquei curiosa com o tema e resolvi elencar alguns cujos títulos são, no mínimo, interessantes.

- Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes.
- Os 7 hábitos dos adolescentes altamentes eficazes.
- O 8º hábito.

- Eu mexi no seu queijo.
- Chega de queijo: só quero sair da ratoeira.

E, pra terminar, a maior mostra de criatividade:

A arte da guerra para quem mexeu no queijo do pai rico.

Se alguém leu e quiser palpitar, seja bem-vindo. Se não leu, palpite também.

Fala a minha língua?

No português, República Checa já é um nome propício a piadinhas. Praga, definitivamente, não soa como um bom nome para uma capital. Agora, como se pode ver pela foto da vitrine de uma loja de roupas de lá, quem fala português pode se assustar ao tentar descobrir o preço de uma jaqueta.

O valor é compatível com os preços brasileiros, mas a piadinha é irresistível.

Para dormir com esta

"Visar a resultados que não podem ser alcançados – ou podem somente sob condições improváveis – não é ambição, é tolice."
Peter Drucker – Desafios Gerenciais para o século XXI.

Mundo da fantasia

Que o trânsito de BH está cada dia pior, não há dúvida. Que a disputa judicial contra o principal órgão regulador de trânsito da capital parece uma piada, também não. Agora, que o trânsito está parecendo uma grande brincadeira, foi novidade.

Ok, a máquina do meu Motorola é uma bosta, mas dá para ver os carros que saíram da TV. Só mesmo o furgão do Scooby-doo no BH Shopping e o carro do Ghostbusters para recuperar o humor nas ruas da cidade.

Tem, mas acabou

Este calor insano que faz em BH me lembrou um detalhe inacreditável da viagem de férias. Andamos vários quarteirões em Paris em busca da famosa sorveteria Maison Berthillon, que disputa o título de produzir o melhor sorvete do mundo.

Estávamos em agosto, pleno verão europeu e demos com a cara na porta. Na porta não, no cartaz que avisava que a família estava de férias e a loja reabriria em setembro. Tivemos de nos contentar em tomar o sorvete nos vários distribuidores espalhados pela cidade.

Esta realidade do cartazete avisando que a loja estava fechada foi uma constante também na Itália. Fiquei imaginando em pleno janeiro a gente indo para o Nordeste e encontrando uma plaquinha dizendo:

Também tô de férias. Abriremos depois do carnaval.

Tinta

Na infância, eu brincava muito com tintas. E para desespero da minha mãe, não via muita diferença entre um folha de papel e uma parede branca.

A tinta sempre foi uma grande diversão para mim. E depois de conhecer melhor o grande trabalho do fotógrafo Gabriel Wickbold me deu vontade de voltar à infância e jogar tinta para todo lado. Sem pretensão, apenas por diversão.




Fotos de Gabriel Wickbold

E o Rio continua sendo...

O Rio ganhou a final da Copa do Mundo, as Olimpíadas e o privilégio de ser escolhida como um dos cenários do jogo Modern Warfare 2.

É estranho ver a mesma cidade sendo palco de jogos que simbolizam paz e união e de jogos de guerra. Está certo que a cidade maravilhosa não é o único cenário do game. Mas soa mais realista um confronto numa favela carioca do que em um castelo Europeu.

Imagem do jogo: Cristo Redentor com os braços abertos.

Claro que essa é só a minha opinião e que não deve ser a mesma que a do Secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, José Maria Beltrane, que disse que o Rio não é violento e, sim, tem núcleos de violência. Pena que um jogo de palavras não resolva os problemas de uma cidade tão maravilhosa.

Ele morreu, ele morreu... será mesmo?

Na última edição da Revista Exame há uma matéria sobre a eventual morte do e-mail. Sim, aquele mecanismo de mensagens eletrônicas que a maioria das pessoas não sabem mais viver sem foi sentenciado à pena capital.

A revista aponta que as pessoas estão substituíndo a troca de informações através do e-mail pelas redes sociais e o twitter. Embora o tempo gasto em mensagens eletrônicas já seja a metade do tempo utilizado em comunicadores instantâneos, tinha achado a pena imposta ao e-mail muito severa. No mínimo, achava que a matéria divulgou uma tendência precocemente.

Mas isso foi até ter acesso ao Google Wave. Um comunicador instântaneo, colaborativo, onde se pode usar texto, vídeos, fotos e outras coisinhas a mais. Ainda estou engatinhando nesta ferramenta mas já passei a concordar com a revista. Acho que será questão de tempo para a maioria entrar nessa onda.

Atemporal

O ano está quase acabando mas, como o estúdio de design alemão Smyk acertou na mosca, achei que valeria mostrar, mesmo com tamanho atraso, o calendário de 2009 desenvolvido por eles.

Terra a vista.

Depois de muito tempo navegando por cafeterias agitadas e inconstantes, heis que surge um porto seguro.

Confesso que a terra prometida não é bem uma cafeteria, na verdade é uma chocolateria, mas a Doce Cacau do Pátio Savassi foi a única que conseguiu carregar o nosso barco de expectativas com louvor e manter o padrão de qualidade ao longo do tempo.

E a loja não se limitou em satisfazer nossas necessidades de um expresso bem tirado, num ambiente tranquilo para que pudéssemos recuperar nossa energia antes de voltamos para oceano de trabalho. Ela também oferece, para acompanhar o café, uma trufa divina que adoça até os piores redemoinhos de pensamentos. E não é só isso. Pela frequência de consumo, entramos no programa de fidelidade, o "Aqui tem expresso", no qual, depois de preencher uma cartela que marca a quantidade de expressos tomados na loja ganhamos uma Nhá Doce Cacau. E como o mar de novidades não é pequeno, ofereceram, hoje, ingressos para um espetáculo que eles patrocinam.

Tudo isso para sentirmos como se estivéssemos em casa. Na verdade, acho que o pessoal da Doce Cacau sente que somos de casa. Afinal, uma vez, nos pediram para tomar conta da loja em quanto a responsável iria entregar um documento na porta. Nada como encontrar terra firme.

Aparências enganam

O que vale mais? O exclusivo ou o popular?

Quando se pensa em um único produto a resposta é óbvia. Por definição, um produto exclusivo é mais caro do que sua versão popular. Mas quando se fala em pontos de venda a resposta não é tão clara.

Segundo a matéria da revista Exame, o valor do metro quadrado comercial no famoso reduto de camelôs de São Paulo, a rua 25 de Março, supera em R$ 3.000,00 o valor cobrado na rua Oscar Freire, palco das lojas mais exclusivas da cidade.

A 25 de março é um lugar surpreendente. Onde o status é conseguir o menor preço, menos no aluguel.

Poema cíclico do trabalho

O trabalho começou artesanalmente, com as pessoas que detinham a habilidade de produzir. Logo, descobriram que era melhor curtir o ócio e criaram a escravidão. Depois de muito tempo, perceberam a falta de consumidores para comprar os produtos produzidos e forçaram então a abolição. O empregado era assalariado e de tanto trabalhar acabou sendo nomeado colaborador. Como colaborador, o indivíduo continuou trabalhando muito por salário, esperando o dia em que vai se tornar terceirizado.

Original nem sempre é o melhor

Por duas vezes fizemos turismo gastronômico. A terminologia pode até não estar sendo usado com rigor, mas me refiro a duas viagens que fizemos exclusivamente para apreciar os sabores de terras distantes.

A primeira foi uma viagem a "nossa terra" além mar. A viagem começou bem antes de levantarmos voo. Foi quando lemos numa revista uma matéria, com fotos maravilhosas, sobre um queijo de cabra que é produzido na Serra da Estrela, em Portugal. Um queijo saboroso, com uma casca endurecida que protege o seu cremoso recheio. A viagem foi muito bacana e se já não bastasse a paisagem, o queijo realmente é muito bom.

A segunda foi surpreendente. Aproveitamos que estávamos nas terras de meus ancestrais e fomos a Bolonha para experimentar o espaguete ao ragu. Mundialmente famoso, o molho perdeu seu nome original à medida que foi se difundindo ao redor do globo sendo reconhecido pelo o nome da cidade. O espaguete estava bom, muito bom, mas não foi o que eu esperava. Não tinha nada de especial, nada que justificasse uma mudança de 100km na rota da viagem. Isso me deixou um pouco frustrado e feliz ao mesmo tempo. Frustrado por não ter encontrado um sabor novo, diferente. E feliz justamente pelo mesmo motivo. O sabor era muito similar ao molho do restaurante Piacenza, que fica bem perto de casa em BH.


Uma fila de novidades

Quatros horas na fila para entrar em uma loja. Um pesadelo para qualquer consumidor, uma alegria para os proprietários e uma grande preocupação: como diminuir essas filas.

Como uma empresa conseguiu atrair tanta gente? E como depois de tamanho desconforto, os clientes continuam voltando? É claro que o cliente sempre tem a opção de ir embora e não enfrentar uma fila como essa. A maioria das pessoas faria isso, mas não foi o que aconteceu.


Esloúltimo é uma loja, loja não, um centro de inovações em Barcelona, onde se conhece, experimenta produtos, e, até leva para casa. (que tomei conhecimento pela Mayra no Menus del dia). Esloúltimo funciona assim: você paga cinco euros, e tem direito a uma entrada semestral na loja (limitaram a entrada na loja para reduzir as filas), onde você poderá pegar até cinco produtos de 50 disponíveis, além de experimentar aparelhos eletrônicos recém lançados no mercado.

Lá, se encontra uma grande variedade de produtos. Desde salgadinhos da Elma Chips até televisores Full HD da Panasonic. Uma novidade que causou tamanho alvoroço merece ser olhada mais de perto.

Por que você lutaria?

Jogos de lutas sempre veem acompanhados de polêmicas. Afinal, algumas pessoas acreditam que eles podem influenciar negativamente o comportamento dos jogadores. Polêmicas à parte, o fato é que as pessoas se divertem com este tipo de jogos. Ao lado dos de simulação de guerras e dos de esportes, são os meus preferidos.

Foi com entusiasmo e admiração que recebi o viral do jogo Tekken 6. À medida que via o filme, imaginava o tamanho do sucesso do game. Belas imagens de lutas, com belas protagonistas. Nada melhor para os adolescentes, e para os que se comportam como, do que essa mistura.


Entretanto, ao conferir o gráfico do jogo, não pude esconder a decepção. O gráfico do Tekken 6 não ficou tão realístico quanto eu imaginava. E quanto aos protagonistas... bem, o canguru é até interessante. Mas não se parece muito com as atrizes do viral.

Imagem do jogo Tekken 6

A farra das marcas

Surubrand: reprodução sem controle da marca de uma empresa.

Esta divertida e verdadeira definição sobre a falta de critérios na utilização de marcas foi dita ontem por Jaime Troiano na palestra promovida pela Ideia Comunicação.

Nada mais simples e memorável.

Quando as baratas saem às compras

Joãozinho estava digitando sua senha do cartão para pagar suas compras no Extra quando chegou uma funcionária carregando uma prancheta para falar com a caixa.

- Oh, Aninha, tem algum problema com o caixa 22?
- Só a esteira dois que está com um buraco, por onde caem os saquinhos de suco.
- Só o buraco na esteira dois de problema?
- É, bem... tem as baratas...
- Mas os problemas com as baratas eu não posso por aqui na prancheta.

- Por que vocês estão tendo problemas com baratas?, perguntou Joãozinho entrando na conversa.
- Ah... temos com baratinha, respondeu a caixa mostrando o tamanho das baratas com os dedos.

E continuou a falar sem mudar sua expressão.

- Mas o problema mesmo são as baratonas que resolveram aparecer. Outro dia mesmo tinha um cliente falando no celular e a barata voou bem no olho dele.

Baratas não são um bom indício. Principalmente em um local onde se comercializa alimentos. Agora, o curioso é por que diabos o problema com as baratas não pode ser colocado na prancheta? Será que não é para ser resolvido?

Estava na hora

A secretaria do curso virou coordenação executiva.
A biblioteca virou centro de informações.
O xerox virou central de distribuição de material.
A prova virou verificação de aprendizagem.
De aluno virei participante.
Eh, estava na hora de mesmo de voltar a estudar.

Manipulação de imagem

Não se iluda. Nenhuma foto é publicada em um anúncio sem ser manipulada. Nem que seja apenas uma pequena correção de cor para impressão, a imagem será retocada.

O retoque não é para iludir o consumidor, e sim para realçar determinada característica, sensação ou deixar a imagem mais harmônica. O problema que harmonia é subjetivo e o bom senso também. E os dois passaram longe do anúncio da Ralph Lauren veiculado no Japão.

O anúncio à esquerda tem a imagem muito retocada (ou não seria distorcida?) da modelo Fellipa Hamiltons, à direita é a modelo na sua proporção natural.

A modelo, claro, não gostou do resultado. E além de ficar com um corpo de uma criança esquelética, ela ficou sem o emprego, segundo matéria no Uol. Segundo Fellipa, depois de sete anos posando para a Ralph Lauren, seu contrato foi encerrado por ter engordado e não caber mais nas roupas. O que foi retocado, ou melhor, desmentido pela empresa.

Sonho publicitário ou uma triste realidade?

De alguns produtos, não somos clientes e sim escravos.

Eu consumo livros: e às vezes não gosto

Há dois anos eu estava a fim de ler A conspiração fransciscana, de John Sack. Este ano pude, enfim, saciar minha curiosidade sobre o que seria este terrível segredo guardado a respeito do santo por quem tanto simpatizo.

Adoro romances envolvendo intrigas religiosas. Na verdade, adoro uma conspiração. E tinha certeza que amaria o livro. Por isso, não me empolgar nos primeiros capítulos já era indício de alguma coisa errada. No meio do livro, ainda não me sentia 'no clima'. O livro terminou e não deixou saudades.

Mas o mais supreendente foi ler uma crítica na orelha do livro comparando-o a O nome da rosa, de Umberto Eco. Este sim, um livro que não dá para morrer sem ler. Uma das únicas leituras que me fez perder o sono e, pior, me fez sonhar com a narrativa. Quem o leu sabe que não foi uma das noites de sono mais tranquilas da minha vida...

Adocicada crise

Dia intenso de trabalho, foi exatamente naquele momento em que os pensamentos chegaram num beco sem saída. Ou se encontrava uma boa saída ou começava tudo de novo.

Joãozinho se levanta em busca do conforto de um café. Não era um café muito saboroso mas pelo menos providenciaria aqueles segundos preciosos para planejar a fuga do beco sem saída.

O liquido já estava na xícara mas ele não encontrava o açúcar.

Nada mais simbólico... onde poderia estar estar ... pensou.

Por instinto entrou na sala de reunião, lá estava o pote de doce. Depois de uma colherada, quando já preparava para misturar, seus pensamentos foram interrompidos pela menina dos serviços gerais.

- João, você não pode colocar açúcar!

- Ahn... Por que não, Aninha? e continuou misturando sem dar muita atenção.

- Ordens do financeiro. Açúcar, agora, é só para quando estiver com clientes, respondeu Aninha como se confessasse um grande segredo. É para economizar, completou olhando para trás.


No automático

Tem certas falas e boas maneiras que a gente aprende desde criança. Dizer por favor, obrigada, bom-dia, tchau... faz parte do pacote da boa educação. Depois de certo tempo, estas falas devem entrar no automático, sem nunca deixar de serem sinceras. Mas existem umas figuras interessantes...

Conheci na última semana um senhor que foi lá em casa e, ao se despedir, disse "Então, boa viagem!". Fiquei sem saber o que respondia pois eu continuarei em casa por uns bons meses sem nenhuma viagem programada.
No outro dia, falando ao telefone com esta mesma pessoa, ele desligou com um 'Foi um prazer revê-la, Liene'. Novo silêncio constrangedor, pois meu telefone nem tem câmara para imaginar que ele pudesse realmente estar me vendo.

Pra terminar a semana, encontrei o mesmo casal na rua e, após dois segundos de conversa informal (oi, tudo bem? etc e tal), a esposa dele se despede com um "Então, muito obrigada".

???????

Gracias a Mercedes

"Vocês lutam por que?" Esta pergunta foi atirada por Mercedes Sosa no show em São Paulo de 1997. Domingo, a cantora encerrou o seu show, mas, a sua voz permanecerá tocando.

Aceita um cafezinho?

O café depois do almoço é um ritual sagrado para nós. Já escrevemos aqui sobre a dificuldade de encontrar uma cafeteria que nos atenda plenamente. Existem várias opções mas, quando escolhemos uma, ela nos atende bem por um tempo, e acaba não mantendo o padrão de qualidade não resistindo a nossa frequência de consumo.

Já há algum tempo, que elegemos uma pequena livraria/cafeteria como nosso ponto de descontração. Como vamos diariamente apenas para tomar café e desde que frequentamos o local só compramos um livro, o proprietário nunca nos deu muito bola. Respondia o boa tarde e nada mais. Se a atendente da cafeteria não estava, ele não tomava nenhuma providência: não a chamava, não perguntava o que gostaríamos. Ficava na dele, olhando os livros ou lendo um jornal.

Ontem, foi a mesma coisa. Chegamos, esperamos a atendente e pedimos o café. Na saída, pedi a conta e falei que tinha encomendado um livro que já deveria ter chegado. Neste momento ouviu-se um oooohhhh..., como num coral, de surpresa do proprietário e dos dois atendentes. O dono se levantou da mesa onde conversava com outros clientes e se prontificou a pegar a encomenda enquanto a menina fechava a conta.

Não sei não, mas suspeito que o atendimento de hoje será um pouco diferente.

O importante não é só competir

Daqui a dois dias acontecerá a a eleição para a sede das Olimpíadas de 2016. Chicago, Rio, Madri e Tóquio estão na briga.

É inegável que o Brasil tem problemas mais urgentes para resolver mas, não se pode negar que sediar uma olimpíada é uma grande oportunidade para o país. Não só pelos investimentos em infra-estrutura que deverão ser feitos e pelo grande fluxo de turistas que poderão desembarcar nas praias cariocas caso o Rio seja eleito mas, também, pelo efeito cascata que este evento provocará na economia. Mais turistas, mas consumo, mais dinheiro para o país.

É um investimento grande, com riscos de desperdícios e espaço para corrupção e, por isso, deve ser bem fiscalizado e de perto. Mesmo com todos os problemas e a violência, acredito que, a longo prazo, o investimento realizado para sediar um Olimpíada trará bons retornos, como aconteceu com Barcelona.

Ficarei na torcida.


O Rio de Janeiro continua lindo. Pelo menos na propaganda.


Congestionamento on-line

Segundo uma pesquisa da Symatenc divulgada pelo site adlatina, 87% dos e-mails enviados no mundo são spans. Se você tem um e-mail, provavelmente já percebeu isso da pior maneira possível.

O que me surpreendeu foi a 2ª posição do Brasil no raking dos maiores disseminadores de mensagens indesejadas, com 12% do total de spans enviados, atrás apenas dos EUA, com 29%.

Haja anti-span.


Denominação de Origem

Conselho aos viajantes: Nunca, de forma alguma, peça Presunto Parma em uma salumeria na Toscana. Principalmente se o proprietário estiver com uma faca na mão.

É pior do que ofender a mãe. Para eles, na Toscana é sacrilégio querer comer presunto de Parma (região vizinha). E não se trata apenas de uma questão de geografia de abatimento do animal, envolve todo o preparo - e que eles juram fazer toda a diferença.

Fico imaginando se um dia teremos algum problema em pedir queijo canastra no Serro ou vice-versa.

Did you know 4.0?

Vale a pena parar um pouco para ver este vídeo (indicação:
@atilafrancucci) sobre as mudanças de comportamento que
estão alterando nosso relacionamento com as mídias. Ou será o contrário?

Eu também consumo livros (21 a 27/09)

"Em 1789, Luiz XVI convocou uma reunião geral dos 'Estados Maiores', em Versalhes.
O Primeiro Poder era constituído de trezentos nobres.
O Segundo Poder, de trezentos prelados da Igreja.
O Terceiro Poder, de seiscentos cidadãos.
Alguns anos mais tarde, após a Revolução Francesa, Edmundo Burke olhou para o andar superior onde estava localizada a tribuna de imprensa dos Cidadãos e disse: 'Lá está sentado o Quarto Poder, e seus membros são os mais importantes de todos aqui dentro."

Esta é a nota inicial do livro O Quarto Poder, de Jeffrey Archer, que conta a disputa entre os mais poderosos magnatas da imprensa. Sem mais palavras, leitura obrigatória para quem gosta de um bom livro, de uma boa briga e de uma boa história de ficção sobre o jornalismo.

Qualquer semelhança com a vida real será mera coincidência?

As praias de BH

Este calor insano do fim de semana em BH me lembrou um elogio recebido em Florença, Itália. O dono do hotel ficou felicíssimo ao saber que éramos brasileiros. Todo dia, ele puxava assunto:

1) - Vocês são de Belo Horizonte? Lá é muito bonito!
- Nossa, você conhece BH?
- Nunca fui, mas as praias de lá são muito famosas por aqui.
- ...

2) - É verdade que todo mundo no Brasil sabe sambar?
- Não. A gente não sabe.
- Mas todo mundo joga futebol?
- Eu, não (respondi).

3) - Buenos dias! É assim que se diz bom dia no Brasil não é?
- Não. Assim é em espanhol. A gente fala português.
-Ah, é mesmo. Essa língua de vocês é muito difícil.

Perdeu, playboy!

Bater a mão no bolso de trás e não encontrar a carteira não é uma situação muito agradável. Ver a expresão de "é, meu amigo, se fudeu" do flanelinha, da menina do bar e da secretária da agência depois que perguntados se, por acaso, eles teriam visto uma carteira passeando por ali, também não é.

Pelo menos, ao chegar na delegacia, ao invés de encontrar uma pilha de B.O. espalhados pela mesa como há uns quatro anos, encontrei um lugar informatizado e ágil. Registrar a perda ou o furto, rapidinho. Solicitar outra via da carteira de motorista, é só pedir pela internet (e pagar uma taxa de R$ 48,84, claro).

No mais, estou sem dirigir, sem cartão ou cheque. Acho que vou precisar de uma babá por uns tempos.

No fio do bigode

Confiança é um ônibus rodar sem trocador, apenas com um sensor eletrônico para validar o ticket. É um posto de gasolina self-service, onde, depois de abastecer vai-se até a loja efetuar o pagamento. É fechar a loja para curtir as férias de verão e colocar um aviso com o dia da volta. Tudo isso é possível com confiança o que possibilita uma dia a dia mais sadio.

Chegávamos no hotel no primeiro dia em Roma cansados, ou melhor exaustos. Subimos até o quarto, passamos o cartão na porta e nada. Passamos mais quatro vezes e nada de a luz verde aparecer e liberar nossa entrada. Fui até a recepção e expus o problema. Provavelmente homenageando minha quinta geração, o recepcionista subiu ao nosso andar para abrir a porta do turista brasileiro idiota que era incapaz de abri-la. Dez minutos e várias tentativas depois, o recepcionista diz que deveria haver algum problema com o cartão e ele iria voltar até a recepção para pegar a chave-mestra.

Meia hora depois, volta o sujeito e tenta abrir a porta mais algumas vezes com o meu cartão.

- Me desculpe, senhor. Mas a camareira trancou a chave mestra em sua gaveta e temos que esperá-la.
- Ok, você acha que vai demorar muito?
- Bem ... ela mora nos arredores de Roma e não tem carro. Deve ser aproximadamente 40 minutos. Mas vocês podem esperar em outro quarto.

Sem outra opção e sem as malas, esperamos até a camareira chegar.

No dia seguinte, saímos com a promessa de que o problema seria resolvido até voltarmos. Mas não foi. Quando voltei à recepção, pelo menos desta vez, a chave-mestra estava lá. Sem hesitar, o recepcionista me entrega a chave-mestra e avisa:

- Só não se esqueça de deixá-la aqui quando vocês saírem.

Ok, outra cultura, a chave estava em boas mãos (as minhas, claro) mas deixar a chave-mestra de um hotel na mão de um hóspede é muito. Talvez, depois de duas horas, a consciência deva ter pesado porque o cara foi lá pegar a chave de volta.


O aviso para não emprestar a chave para um hóspede. Completamente ignorado.