Efeito placebo

O valor de um produto pode influenciar na percepção de seus consumidores de sua qualidade? Sim, pelo menos quando o produto em questão é o vinho. Segundo pesquisa do California Institute of Technology (UOL/BBC Brasil) o preço estampado na garrafa altera a percepção de sabor de um vinho.

Infelizmente, a pesquisa constatou que quanto mais caro for o vinho, mais agradável ele nos parecerá. Utilizaram uma técnica de ressonância magnética para mostrar as diferentes reações do cérebro das pessoas ao saborearem as duas doses do mesmo vinho. A única diferença entre as doses era que uma era apresentada como sendo 85 dólares mais cara do que a outra. Quando degustavam o vinho supostamente mais caro, a parte do cérebro que tem um papel importante na sensação de prazer ficava mais ativa. Isso demonstrou que o efeito psicológico do preço criava uma diferença real na percepção do produto.

Joãozinho também vivenciou algo parecido a essa pesquisa, mas na época não deu muita importância. Na verdade, ficou escondido em sua memória até então. Ele escutou suas tias elogiando o sabor de um vinho caríssimo ao entrar na cozinha do sítio da família. Curioso, foi até lá para experimentar o tal vinho. Quando chegou, uma de suas tias falou: "Este vinho que seu pai comprou é muito bom. Não é aquele caríssimo? Quanto foi mesmo que custou?" Meio desapontado e totalmente sem graça, ele respondeu que aquele vinho não tinha sido comprado por seu pai e, sim, por sua esposa para fazer um founde mais à noite. E que foi bom que elas gostaram porque o Goes foi baratinho, só R$ 3,69 no Carrefour. Elas poderiam beber à vontade, desde que deixassem ao menos uma xícara para fazer o founde.

6 comentários:

APPedrosa disse...

Eu vi essa pesquisa e acho que o preço deve influenciar mesmo. Outro dia fiz uma matéria sobre mercado de luxo e tinha vinho custando R$ 15 mil a garrafa. Imagina se o sujeito vai desembolsar uma grana dessas para depois admitir que um vinho, por melhor que seja, é só um vinho? Vai achar que é a bebida dos deuses.

Liene Maciel disse...

hehehe... a história da tia do Joãozinho foi muito, muito engraçada! Nada como provar cientificamente o que nosso inconsciente já sabia.

Eduardo César e Melo disse...

Realmente Aninha, por 15 mil a garrafa, não há outra opção a não ser gostar do vinho. E claro, falar muito bem dele depois.

Eduardo César e Melo disse...

Foi mesmo Li. Pelo menos para quem presenciou ou escutou a história. Acredito que elas não tenham achado não.

Anônimo disse...

Se isso serve pra vinho, serve pra tudo. Ou vc acha que aquele filme fracês paradão, modernão, que a crítica amou, babou e recomendou veementemente era mesmo bom? hehe

Eduardo César e Melo disse...

Também acho que serve para tudo Ivan.
Mas, quanto ao filme, ele é como vinho. Se é francês, é bom. hehehe