Qual é a influência de uma marca na decisão de compra? Somos capazes de diferenciar racionalmente dois produtos similares de marcas diferentes?
Pesquisa recente da Univercidade de Stanford, EUA, com crianças entre três e cinco anos revelou que para elas os alimentos são mais saborosos quando empacotados em embalagens do McDonald's. Alimentos idênticos foram oferecidos às crianças nas embalagens da lanchonete e em embalagens semelhantes, mas sem os famosos arcos dourados. O resultado foi que 60% preferiram a comida nas embalagens do McDonald's, e 22% preferiram a do outro pacote. Só 18% delas falaram que o alimentos nas embalagens diferentes tinham o mesmo sabor. Já as batatas fritas obtiveram 70% da preferência e até a cenoura e o leite pareceram mais gostosos embalados nos pacotes do Ronald McDonald´s.
Joãozinho sempre achou que essa história de marca era uma bobagem: que sempre comprava o que gostava e não se deixava influenciar por marca ou opiniões de terceiros. Certo dia, encontrou com alguns amigos na pizzaria. Convidado a sentar, aceitou um pedaço de pizza. Muito saboroza, a pizza era diferente. Era bem macia, e a carne era meio adocicada. Já colocando o segundo pedaço na boca, perguntou qual era o sabor dela. “Coelho”. Ao ouvir a resposta, o sabor mudou. O doce virou amargo, a textura ficou densa, e o pequeno pedaço de pizza ficou enorme. “Me dá um gole da sua cerveja”. Foi a única coisa que conseguiu dizer nos próximos cinco minutos.
5 comentários:
Certa vez estava caminhando na Av. Brasil, quando encotro com um amigo assentado numa mesa de bar. Assentei, ele me ofereceu um copo de cerveja e, já emendando um bom papo-furado, comecei a beliscar um tira-gosto de carne, lindo, que estava sobre a mesa. Lá pelo terceiro pedaço, comentei: "cara, essa carninha aqui tá deliciosa". "Quê carninha? Isso é dobradinha!" - ele repondeu. Na mesma hora ameçou dar uma embrulhada no estômago. Sempre detestei dobradinha, e me lembrava dela toda amarela e pegajosa nas minhas memórias de infância. Mas aquela do boteco era diferente. Tinha aparência de carne de panela, com molho marronzinho e um ótimo sabor. Respirei fundo e pensei: "não vou dar uma de fresco e deixar de comer só porque descobri que é dobradinha. Afinal, tá uma delícia". O papo foi noite adentro e o tira-gosto continuou uma delicioso. Foi então que descobri que dobradinha não era commodity e que e marca do cozinheiro do boteco fazia toda a diferença.
Rubens, minha visão de dobradinha ainda é aquela coisa amarelada da infância... Mas comi uma farofa de tatu sem saber e descobri que é uma das coisas maravilhosas da nossa culinária. Bom, foi minha avó que fez e, como no caso da dobradinha, pode ser que seu toque especial tenha feito a diferença.
Rubens e Liene, toques especiais realmente fazem toda a diferença. Conseguir que um produto se destaque é um grande desafio. O algo a mais pode ser decisivo na hora do consumo, mesmo que ele só esteja em nossa mente.
Carne de canguru eu comi sabendo o que era. Carne de porquinho da índia também. Aliás, no caso do porquinho o que me embrulhou o estômago foi ver ele inteirinho no prato, com as patinhas pra cima e a boquinha aberta. Comi dois pedacinhos e troquei com o chicharrón (opa!) do alemão que estava na mesma excursão. Mas aí no caso não era nojo, era emocional. Eu tive porquinho-da-índia de estimação, pô!
Maurilo, não sei não. Entre um porquinho-da-índia e o chicharrón do alemão eu sou mais o primeiro.
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