Poema cíclico do trabalho

O trabalho começou artesanalmente, com as pessoas que detinham a habilidade de produzir. Logo, descobriram que era melhor curtir o ócio e criaram a escravidão. Depois de muito tempo, perceberam a falta de consumidores para comprar os produtos produzidos e forçaram então a abolição. O empregado era assalariado e de tanto trabalhar acabou sendo nomeado colaborador. Como colaborador, o indivíduo continuou trabalhando muito por salário, esperando o dia em que vai se tornar terceirizado.

Original nem sempre é o melhor

Por duas vezes fizemos turismo gastronômico. A terminologia pode até não estar sendo usado com rigor, mas me refiro a duas viagens que fizemos exclusivamente para apreciar os sabores de terras distantes.

A primeira foi uma viagem a "nossa terra" além mar. A viagem começou bem antes de levantarmos voo. Foi quando lemos numa revista uma matéria, com fotos maravilhosas, sobre um queijo de cabra que é produzido na Serra da Estrela, em Portugal. Um queijo saboroso, com uma casca endurecida que protege o seu cremoso recheio. A viagem foi muito bacana e se já não bastasse a paisagem, o queijo realmente é muito bom.

A segunda foi surpreendente. Aproveitamos que estávamos nas terras de meus ancestrais e fomos a Bolonha para experimentar o espaguete ao ragu. Mundialmente famoso, o molho perdeu seu nome original à medida que foi se difundindo ao redor do globo sendo reconhecido pelo o nome da cidade. O espaguete estava bom, muito bom, mas não foi o que eu esperava. Não tinha nada de especial, nada que justificasse uma mudança de 100km na rota da viagem. Isso me deixou um pouco frustrado e feliz ao mesmo tempo. Frustrado por não ter encontrado um sabor novo, diferente. E feliz justamente pelo mesmo motivo. O sabor era muito similar ao molho do restaurante Piacenza, que fica bem perto de casa em BH.


Uma fila de novidades

Quatros horas na fila para entrar em uma loja. Um pesadelo para qualquer consumidor, uma alegria para os proprietários e uma grande preocupação: como diminuir essas filas.

Como uma empresa conseguiu atrair tanta gente? E como depois de tamanho desconforto, os clientes continuam voltando? É claro que o cliente sempre tem a opção de ir embora e não enfrentar uma fila como essa. A maioria das pessoas faria isso, mas não foi o que aconteceu.


Esloúltimo é uma loja, loja não, um centro de inovações em Barcelona, onde se conhece, experimenta produtos, e, até leva para casa. (que tomei conhecimento pela Mayra no Menus del dia). Esloúltimo funciona assim: você paga cinco euros, e tem direito a uma entrada semestral na loja (limitaram a entrada na loja para reduzir as filas), onde você poderá pegar até cinco produtos de 50 disponíveis, além de experimentar aparelhos eletrônicos recém lançados no mercado.

Lá, se encontra uma grande variedade de produtos. Desde salgadinhos da Elma Chips até televisores Full HD da Panasonic. Uma novidade que causou tamanho alvoroço merece ser olhada mais de perto.

Por que você lutaria?

Jogos de lutas sempre veem acompanhados de polêmicas. Afinal, algumas pessoas acreditam que eles podem influenciar negativamente o comportamento dos jogadores. Polêmicas à parte, o fato é que as pessoas se divertem com este tipo de jogos. Ao lado dos de simulação de guerras e dos de esportes, são os meus preferidos.

Foi com entusiasmo e admiração que recebi o viral do jogo Tekken 6. À medida que via o filme, imaginava o tamanho do sucesso do game. Belas imagens de lutas, com belas protagonistas. Nada melhor para os adolescentes, e para os que se comportam como, do que essa mistura.


Entretanto, ao conferir o gráfico do jogo, não pude esconder a decepção. O gráfico do Tekken 6 não ficou tão realístico quanto eu imaginava. E quanto aos protagonistas... bem, o canguru é até interessante. Mas não se parece muito com as atrizes do viral.

Imagem do jogo Tekken 6

A farra das marcas

Surubrand: reprodução sem controle da marca de uma empresa.

Esta divertida e verdadeira definição sobre a falta de critérios na utilização de marcas foi dita ontem por Jaime Troiano na palestra promovida pela Ideia Comunicação.

Nada mais simples e memorável.

Quando as baratas saem às compras

Joãozinho estava digitando sua senha do cartão para pagar suas compras no Extra quando chegou uma funcionária carregando uma prancheta para falar com a caixa.

- Oh, Aninha, tem algum problema com o caixa 22?
- Só a esteira dois que está com um buraco, por onde caem os saquinhos de suco.
- Só o buraco na esteira dois de problema?
- É, bem... tem as baratas...
- Mas os problemas com as baratas eu não posso por aqui na prancheta.

- Por que vocês estão tendo problemas com baratas?, perguntou Joãozinho entrando na conversa.
- Ah... temos com baratinha, respondeu a caixa mostrando o tamanho das baratas com os dedos.

E continuou a falar sem mudar sua expressão.

- Mas o problema mesmo são as baratonas que resolveram aparecer. Outro dia mesmo tinha um cliente falando no celular e a barata voou bem no olho dele.

Baratas não são um bom indício. Principalmente em um local onde se comercializa alimentos. Agora, o curioso é por que diabos o problema com as baratas não pode ser colocado na prancheta? Será que não é para ser resolvido?

Estava na hora

A secretaria do curso virou coordenação executiva.
A biblioteca virou centro de informações.
O xerox virou central de distribuição de material.
A prova virou verificação de aprendizagem.
De aluno virei participante.
Eh, estava na hora de mesmo de voltar a estudar.

Manipulação de imagem

Não se iluda. Nenhuma foto é publicada em um anúncio sem ser manipulada. Nem que seja apenas uma pequena correção de cor para impressão, a imagem será retocada.

O retoque não é para iludir o consumidor, e sim para realçar determinada característica, sensação ou deixar a imagem mais harmônica. O problema que harmonia é subjetivo e o bom senso também. E os dois passaram longe do anúncio da Ralph Lauren veiculado no Japão.

O anúncio à esquerda tem a imagem muito retocada (ou não seria distorcida?) da modelo Fellipa Hamiltons, à direita é a modelo na sua proporção natural.

A modelo, claro, não gostou do resultado. E além de ficar com um corpo de uma criança esquelética, ela ficou sem o emprego, segundo matéria no Uol. Segundo Fellipa, depois de sete anos posando para a Ralph Lauren, seu contrato foi encerrado por ter engordado e não caber mais nas roupas. O que foi retocado, ou melhor, desmentido pela empresa.

Sonho publicitário ou uma triste realidade?

De alguns produtos, não somos clientes e sim escravos.

Eu consumo livros: e às vezes não gosto

Há dois anos eu estava a fim de ler A conspiração fransciscana, de John Sack. Este ano pude, enfim, saciar minha curiosidade sobre o que seria este terrível segredo guardado a respeito do santo por quem tanto simpatizo.

Adoro romances envolvendo intrigas religiosas. Na verdade, adoro uma conspiração. E tinha certeza que amaria o livro. Por isso, não me empolgar nos primeiros capítulos já era indício de alguma coisa errada. No meio do livro, ainda não me sentia 'no clima'. O livro terminou e não deixou saudades.

Mas o mais supreendente foi ler uma crítica na orelha do livro comparando-o a O nome da rosa, de Umberto Eco. Este sim, um livro que não dá para morrer sem ler. Uma das únicas leituras que me fez perder o sono e, pior, me fez sonhar com a narrativa. Quem o leu sabe que não foi uma das noites de sono mais tranquilas da minha vida...

Adocicada crise

Dia intenso de trabalho, foi exatamente naquele momento em que os pensamentos chegaram num beco sem saída. Ou se encontrava uma boa saída ou começava tudo de novo.

Joãozinho se levanta em busca do conforto de um café. Não era um café muito saboroso mas pelo menos providenciaria aqueles segundos preciosos para planejar a fuga do beco sem saída.

O liquido já estava na xícara mas ele não encontrava o açúcar.

Nada mais simbólico... onde poderia estar estar ... pensou.

Por instinto entrou na sala de reunião, lá estava o pote de doce. Depois de uma colherada, quando já preparava para misturar, seus pensamentos foram interrompidos pela menina dos serviços gerais.

- João, você não pode colocar açúcar!

- Ahn... Por que não, Aninha? e continuou misturando sem dar muita atenção.

- Ordens do financeiro. Açúcar, agora, é só para quando estiver com clientes, respondeu Aninha como se confessasse um grande segredo. É para economizar, completou olhando para trás.


No automático

Tem certas falas e boas maneiras que a gente aprende desde criança. Dizer por favor, obrigada, bom-dia, tchau... faz parte do pacote da boa educação. Depois de certo tempo, estas falas devem entrar no automático, sem nunca deixar de serem sinceras. Mas existem umas figuras interessantes...

Conheci na última semana um senhor que foi lá em casa e, ao se despedir, disse "Então, boa viagem!". Fiquei sem saber o que respondia pois eu continuarei em casa por uns bons meses sem nenhuma viagem programada.
No outro dia, falando ao telefone com esta mesma pessoa, ele desligou com um 'Foi um prazer revê-la, Liene'. Novo silêncio constrangedor, pois meu telefone nem tem câmara para imaginar que ele pudesse realmente estar me vendo.

Pra terminar a semana, encontrei o mesmo casal na rua e, após dois segundos de conversa informal (oi, tudo bem? etc e tal), a esposa dele se despede com um "Então, muito obrigada".

???????

Gracias a Mercedes

"Vocês lutam por que?" Esta pergunta foi atirada por Mercedes Sosa no show em São Paulo de 1997. Domingo, a cantora encerrou o seu show, mas, a sua voz permanecerá tocando.

Aceita um cafezinho?

O café depois do almoço é um ritual sagrado para nós. Já escrevemos aqui sobre a dificuldade de encontrar uma cafeteria que nos atenda plenamente. Existem várias opções mas, quando escolhemos uma, ela nos atende bem por um tempo, e acaba não mantendo o padrão de qualidade não resistindo a nossa frequência de consumo.

Já há algum tempo, que elegemos uma pequena livraria/cafeteria como nosso ponto de descontração. Como vamos diariamente apenas para tomar café e desde que frequentamos o local só compramos um livro, o proprietário nunca nos deu muito bola. Respondia o boa tarde e nada mais. Se a atendente da cafeteria não estava, ele não tomava nenhuma providência: não a chamava, não perguntava o que gostaríamos. Ficava na dele, olhando os livros ou lendo um jornal.

Ontem, foi a mesma coisa. Chegamos, esperamos a atendente e pedimos o café. Na saída, pedi a conta e falei que tinha encomendado um livro que já deveria ter chegado. Neste momento ouviu-se um oooohhhh..., como num coral, de surpresa do proprietário e dos dois atendentes. O dono se levantou da mesa onde conversava com outros clientes e se prontificou a pegar a encomenda enquanto a menina fechava a conta.

Não sei não, mas suspeito que o atendimento de hoje será um pouco diferente.