Tradução simultânea

Ir ao cinema tem se transformado em um teste de paciência. Depois de passar pelas fases das piadinhas gritadas por adolescentes que querem aparecer, das guerras de pipocas e de bate-papos diversos com ou sem telefone celular, percebi uma nova tendência entre os espectadores dos cinemas de BH: a tradução simultânea.

Dos últimos três filmes que vi, dois foram assistidos com alguém fazendo o imenso favor de traduzir partes do filme. E o pior, ambos eram em português. Está certo que um era a animação Bee Movie, em um sábado à tarde e cheio de crianças. A mãe queria que o seu filho de aproximadamente 5 anos entendesse todo contexto e ficava explicando cenas do filme. Foi até justificável e confesso, que em algumas cenas, a tradução foi mais interessante do que a própria animação.

No segundo filme, a criança que não estava entendendo o contexto era um pouquinho maior, cerca de 20 anos. Ela nos presenteava com um resumo óbvio e indesejado das cenas a cada 10 minutos e terminava sempre com a mesma pergunta: não é mesmo? Menos mal que o seu namorado tinha bom senso e deveria ou estar respondendo as indagações apenas acenando a cabeça, ou simplesmente a ignorava. Esta situação se repetiu até um pouco mais que a metade do filme Meu nome não é Johnny, quando a criança insinuou que seu namorado era do mesmo ramo comercial do protagonista. "Fulana, porque você não termina de ver o filme calada?" perguntou o namorado. Não escutamos a resposta, mas, pelo visto, a sugestão foi acatada porque a partir de então não ouvimos mais nem a respiração da garota.

4 comentários:

Anônimo disse...

é..cinema tem destas coisas..mas esta criança aí de 20 anos eu socaria pessoalmente! pelamordedeus! Pelo menos a dita arrumou um namorado, como vc disse, com um pouco de bom senso...ainda resta uma esperança.

Eduardo César e Melo disse...

Deu vontande Danny. Agora, confesso que, dependendo do filme, já não tenho mais esperança em encontrar um cinema que só tenha espectadores educados que saibam viver em comunidade. Para piorar, já nem reclamo mais.

Carol Martins disse...

AHuAHUHUAhuaHUAhaUhA!!!
É muito verdade isso!
Quando fui assistir dois filhos de francisco (sim, eu assisti) logo após o acidente, quando tudo fica em silencio, a mulher atrás de mim fala na maior altura: "o irmão dele morre, fulana". Acho que nunca tive tanta vontade de bater na boca de uma pessoa...

Eduardo César e Melo disse...

É Carol... os videntes de cinema conseguem ser piores que os tradutores de plantão.