Comercial sim; e daí?

Qual é o preço do sucesso? É muito interessante perceber como nós brasileiros menosprezamos nossos conterrâneos que chegam ao topo. É como se o sucesso fosse um crime. As pessoas bem sucedidas são, às vezes, vistas com muita desconfiaça. Despejamos rótulos preconceituosos nelas apenas porque "chegaram lá". Claro que algumas pessoas venceram por meios ilícitos. Mas, muitas são criticadas apenas por venderem bem.

"Paulo Coelho não escreve bem. Ele é um escritor comercial." Seu crime: ser o autor brasileiro que mais vendeu livros no mundo em toda história. Sem falar nos prêmios literários que recebeu ao longo da carreira. Não discuto gosto, nem estilo. Claro que alguém pode não gostar dos livros do Paulo. Temos todo direito de não gostarmos de seus livros, mesmo sem termos, ao menos, lido algum. Mas não dá para negar a qualidade do cara. Para vender tantos livros, em tantas línguas e culturas diferentes, ele teria que ser no mínimo bom, mágico ou neste caso, os dois.

Comercial: alguns falam desta palavra de maneira pejorativa. Qual é o problema em vender muito? Qual é o problema em oferecer aquilo que o consumidor quer? Eu acredito que o problema é justamente oferecer o que ele não quer. Será que na literatura, na música e em outros segmentos "puros" não podem haver profissionais que se orientem pelo mercado?

Você se sentiria mal se também conseguisse vender tanto?

2 comentários:

RAFAEL PORTUGAL disse...

Até que enfim encontro alguém que não condena o sucesso e a indústria cultural, desde que se tenha qualidade. Muita gente em Belo Horizonte precisa aprender com você. O que tem de gente aí que só critica as bandas mineiras de pop-rock não é brincadeira.

Eduardo César e Melo disse...

Rafael, é pura matemática, se faz sucesso é porque muita gente gosta. E como qualidade é um conceito pessoal, para essas pessoas tais produtos têm qualidade. Podemos até não gostar, mas não dá para tentar esconder o valor destes trabalhos.