Convencer o Du a ler Afrodite, de Isabel Allende, me fez lembrar um clássico da literatura latinoamericana: Como água para chocolate, de Laura Esquivel.
Gosto de livros que mesclam literatura e comida (ou seria gastronomia?) e "Como água para chocolate" faz isso de uma maneira incomparável, mostrando a força da comida na vida da família de Tita, a protagonista da história. Os 12 capítulos correspondem aos meses do ano, cada um com sua receita e o livro começa com o nascimento de Tita, na cozinha, em meio a temperos e panelas, já mostrando a forte relação que ela teria com a comida durante toda sua vida. Afinal, como filha mais nova de uma tradicional família mexicana, seu destino era não se casar para cuidar da mãe na velhice. A cozinha torna-se seu espaço de criação, onde Tita transmite seus sentimentos por meio de suas receitas. E contamina, no bom sentido, todos à sua volta.
O que o futuro lhe apronta dá a corrente narrativa do livro: seu grande amor casa-se com sua irmã mais velha, vendo nisso a única forma de ficar perto de Tita para toda a vida.
Em tempo: Estar como água para chocolate = estar a ponto de explodir seja de raiva ou de paixão.
PS: Confesso que não gostei muito do filme (apesar de o mesmo ter ganhado vários prêmios), mas o livro é mais do que recomendado.
Em busca de uma cafeteria
Está cada dia mais difícil para Aninha e Joãozinho tomarem um bom expresso depois do almoço. Até que existem opções na região Savassi que preenchem com louvor três requisitos básicos: qualidade, ambiente tranquilo e preço. Mas elas pecam em um requisito fundamental, a higiene.
Depois da cafeteria em que o garçon usava o mesmo pano para limpar o balcão, os bancos e o cano de vapor para fazer a espuma do leite (nesta ordem), eles encontraram outra que, até então, parecia perfeita:
"Aninha vira para a garçonete que acabara de trazer o expresso e diz:
- Desculpe-me, mas esta xícara está suja de batom. Você poderia trocar por outra, por favor.
- Oh... me desculpe senhora. Vou tirar outro expresso para você.
Servir em uma xícara suja de batom é uma falha que poderia acontecer em qualquer lugar e que por si só não faria estrago suficiente para arranhar a credibilidade do lugar. O problema é quando a falha se repete e em um curtíssimo espaço de tempo.
- Aqui está senhora. Mais uma vez me desculpe, disse a garçonete ao servir uma nova xícara de expresso.
- Eh ... moça...., por favor. Esta xícara também está suja de batom.
Ao escutar a nova reclamação, Joãozinho confere a sua xícara.
- Pelo menos a minha está limpa, Aninha. Ou será que quem a usou antes não estava de batom?"
Em Praga, também apostaram no Cruzeiro
Perder a final da Copa Libertadores da América não foi bom, escutar as piadinhas dos amigos foi pior, agora, investir em produtos do Cruzeiro a milhares de km e não obter retorno é de lascar.
Estávamos andando pelas ruas de Praga quando uma loja que vende Matryoshka, aquelas bonequinhas de madeira russa que vêm uma dentro da outra, também usadas para fazer caricaturas de políticos, chamou minha atenção.
Bem lá no cantinho superior direito havia uma Matryoshka azul, com cinco estrelas no peito e com a marca do Banco Bonsucesso. Quando o vendedor percebeu para onde eu olhava, abriu um largo sorriso e falou uma de um monte de palavras incompreencíveis que eu consegui entender: Cruzeiro.
Com a felicidade de alguém que enfim vai conseguir desencalhar o estoque pegou a Matryoshka Cruzeirense escalada com: Kleber, Wellington Paulista, Marquinhos Paraná, Gerson Magrão, Zé Carlos (aquele infeliz na qual a única proeza foi conseguir ser expulso de campo em 7 segundos), e Fábio.
A felicidade do vendedor logo se transformou em decepção quando percebeu que eu não levaria o produto. Seria até uma lembrança interessante se a Matryoshka do Cruzeiro tivesse a mesma qualidade das bonecas dos políticos russos. Pois, além de mal escalada, era mal feita. Ou você acha o Kleber a cara do Marquinhos Paraná?

Matryoshka com o tema do filme Guerra nas Estrelas
Eu também consumo livros (8/9 a 14/9)
Gosto muito dos textos da Isabel Allende mas sempre tive um certo preconceito contra seu livro: "Afrodite - Contos, receitas e outros afrodisíacos" (ed. Plaza Janés).
Não sei, para mim, acrecentar pitadas de romance num livro de receitas não era muito apetitoso. Foi por muita, muita mesmo, insistência da Liene que, com certa desconfiança, tampei o nariz e experimentei o livro. E como não podeia deixar de ser, as palavras de Allende mais uma vez me conquistaram.
A sua magnífca descrição dos objetos e sentidos, acrescidas de porções de humor irônico e povilhadas de sensualidade produziu um livro extremante divertido e surpreendente. Vale a pena provar deste tempero.
Intocáveis?
Depois de um mês fora, não foi nada reconfortante perceber que as figuras políticas citadas em escândalos que estampavam as capas de jornais do final de julho, também frequentavam as primeira páginas dos períodicos do final de agosto. Com uma pequena diferença: os atores eram os mesmos mas, os problemas eram outros.
Sem julgamento, a produção de escandalos, verdadeiros ou falsos, e seus arquivamentos sem uma conclusão satisfatória geram uma sensação grande de impunidade e desordem. A classe política parece viver num Olímpo, um lugar onde se decidem nossos destinos e, também, onde os mortais não têm o menor acesso.
Mas uma matéria da revista Exame aproximou, mesmo que indiretamente, os mortais ao mundo político. Em "As empresas que ajudaram a eleger José Sarney" a revista escancara o calcanhar de Aquíles político: o financiamento de eleições.
Para os políticos, não deve haver nada mais mortal do que secar uma fonte.
Entre linhas
Filtrar as informações que estão por trás dos encantos publicitários não é fácil. Como também não é fácil perceber as reais intenções de uma pessoa em um diálogo do cotidiano.
O vídeo "Truth in Avertising" mostra como seria, na visão de seus produtores, a criação de uma campanha publicitária no dia-a-dia de uma agência. Sem filtros, sem termos politicamente corretos, apenas a essência das entrelinhas.
O vídeo "Truth in Avertising" mostra como seria, na visão de seus produtores, a criação de uma campanha publicitária no dia-a-dia de uma agência. Sem filtros, sem termos politicamente corretos, apenas a essência das entrelinhas.
Pra quem for
Eu adoro receber dicas quando vou viajar. Assim, não poderia me furtar de dar três dicas muito legais para quem for visitar o velho mundo. Afinal, eu consumo...
* restaurantes: Em Praga, descobrimos o Klub Architektu (Betlemske Namesti 169/5A), um restaurante superdescolado, no porão de uma casa, ao lado da faculdade de arquitetura e design. O menu, com o prato do dia, sobremesa e uma cerveja de 500 ml saía a algo equivalente a 7 euros. Lugar bacana, atendimento em inglês (ninguém merece entender tcheco) e pratos típicos muito legais escondidinho no centro da cidade. Já em Paris, bem atrás da Notre Dame, o Café Med (Rue Saint Louis-en-I'ile 77), servia um menu de entrada, prato principal e sobremesa por 9,90 euros. Preço decente, comida boa e lugar charmoso numa cidade tão cara.
* hotéis charmosos: Passeando pela Toscana, vale a pena desviar-se de qualquer caminho e perder-se em San Quirico D'orcia, um pequeno vilarejo onde está o Relais Palazzo del Capitano. O hotel é em uma antiga casa de época, com quartos chamosos, cheirosos, tratamento vip, jardins internos com oliveiras e videiras para perder a noção do tempo... E ainda é do hotel a Trattoria Al Vecchio Forno, com a melhor comida italiana que já comi na vida. Na noite em que jantamos lá, era dia de trufas frescas. Nunca tinha experimentado o famoso 'tartufo', e o cheiro inebriante do meu prato será para sempre inesquecível.
* restaurantes: Em Praga, descobrimos o Klub Architektu (Betlemske Namesti 169/5A), um restaurante superdescolado, no porão de uma casa, ao lado da faculdade de arquitetura e design. O menu, com o prato do dia, sobremesa e uma cerveja de 500 ml saía a algo equivalente a 7 euros. Lugar bacana, atendimento em inglês (ninguém merece entender tcheco) e pratos típicos muito legais escondidinho no centro da cidade. Já em Paris, bem atrás da Notre Dame, o Café Med (Rue Saint Louis-en-I'ile 77), servia um menu de entrada, prato principal e sobremesa por 9,90 euros. Preço decente, comida boa e lugar charmoso numa cidade tão cara.
* hotéis charmosos: Passeando pela Toscana, vale a pena desviar-se de qualquer caminho e perder-se em San Quirico D'orcia, um pequeno vilarejo onde está o Relais Palazzo del Capitano. O hotel é em uma antiga casa de época, com quartos chamosos, cheirosos, tratamento vip, jardins internos com oliveiras e videiras para perder a noção do tempo... E ainda é do hotel a Trattoria Al Vecchio Forno, com a melhor comida italiana que já comi na vida. Na noite em que jantamos lá, era dia de trufas frescas. Nunca tinha experimentado o famoso 'tartufo', e o cheiro inebriante do meu prato será para sempre inesquecível.
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