Que a cultura oriental é bem diferente da nossa, isso não há dúvida. Mas quando o assunto é tratamento do corpo humano, as diferenças são mais evidentes.
Os orientais promovem tratamentos muito, digamos, heterodoxos como o divulgado no site
Virgula, sobre um em que se coloca fogo no cliente. Alguns tratamentos são compreensíveis e, embora inusitados, cada vez mais ocidentais se tornam adeptos. Já outros....
Toxa humana. Pode não parecer, mas é tratamento para relaxamento.
Durante os 16 anos em que pratiquei karatê suportei muita dor aplicando um líquido verde, meio gosmento, que oferecia alívio imediato à dor. Claro que esse líquido não era milagroso e não resolvia todas as contusões. Quando a coisa era mais séria, por exemplo, lembro que uma vez o sensei Akio aplicou um incenso, como se fosse uma agulha de acupuntura nas costas e depois acendeu com fogo. Era estranho, mas resolvia.
Mas durante uma competição de kumite, levei uma pancada forte no joelho direito (embora fosse um local ilegal para se acertar numa competição esportiva de karatê). A dor era grande e não conseguia me manter em pé. O sensei Akio chegou com toda sua calma e resmungou em seu português macarrônico:
- Ahnnnnn. Bate outro joelho.
- Como sensei?, sussurrei achando que não tinha entendido direito
- Ahnnnn. Bate outro joelho. Mesmo lugar da dor óh. Assim óh.... Melhora, resmungou novamente enquanto batia no próprio joelho.
Mesmo com toda confiança depositada no mestre durante os 16 anos de treinamento, daquela vez, eu passei. Sorri para o Akio e lamentei com toda sinceridade e dor que sentia no momento:
- Se eu bater, o outro joelho vai ficar doendo também.
O sensei começou a rir como se eu tivesse falado uma grande besteira. Deu de ombros balançando a cabeça negativamente da mesma forma que quando nos reemprendia nas aulas. E saiu rindo. E eu saí da competição e fiquei um bom tempo de molho pensando se seria diferente se eu tivesse tido coragem para experimentar este tratamento oriental.