Tão perto, tão distante.

Dizem alguns especialistas que se pegássemos a Bélgica e a Índia e batêssemos tudo num liquidificador, o resultado seria algo muito semelhante ao Brasil. Uma bebida com alguns goles doces e sofisticados, mas em grande parte amarga e áspera.

Joãozinho estava entusiasmado. Acabara de sair de um almoço de negócios, no "A Favorita", muito produtivo. Não era um lugar que ele ia com freqüência e, por isso, tentava captar cada detalhe. Depois de uma bela refeição e já na calçada, despedia-se do presidente de uma grande empresa quando um som o despertou. No meio de um bairro onde mais se consome luxo na cidade, um fusquinha bege claro teve a ousadia de ofertar comida.

Enquanto os alto-falantes do veículo berravam - "Pamonha. Pamonha fresquinha." - Joãozinho imaginava quantos clientes não teriam vergonha de comprá-la ali.

4 comentários:

redatozim disse...

Ah, que saudades do bolo de milho vendido na kombi, saudades da pamonha, saudades do curau.

Anônimo disse...

sei de neguin que morreria com água na boca mas não compraria nem a pau...hehe cena inusitada esta né?

Eduardo César e Melo disse...

Boa lembrança. Para completar a cena, só faltou alguém gritar de um prédio para o fusca esperar que ele decesse para comprar o curau.

Eduardo César e Melo disse...

Eu também acho Danny. O carinha poderia estar morrendo de vontade, mas acho que a vergonha seria maior.