Depois de ver os últimos debates dos candidatos à presidência da República, percebi um certo padrão de respostas no discurso de cada um que poderia ser utilizado em qualquer situação. Em exercício de imaginação, em um universo, não tão muito distante daqui, nossos candidatos assumem o papel de diretor de criação de uma agência de publicidade e acabam de saber que suas campanhas foram reprovadas pelo cliente.
Diretor de Criação da oposição: Atendimento, você fracassou. Nós temos os melhores quadros para criar esta campanha. Nós vamos reestabeler a credibilidade do cliente com esta campanha. Pegamos um briefing incompleto, falido e transformamos na melhor campanha deste cliente. Criamos o melhor texto desta agência, fizemos a melhor direção de arte da região sul, sudeste e centro-oeste desta agência. Esta campanha foi aprovada por 92% da criação. Esta é uma campanha criativa e transformadora e a sua reprovação pelo cliente só mostra que você fracassou mais uma vez.
Diretor de criação da situação: Atendimento, atendimento. Ai, ai, ai, atendimento. Nunca antes na história deste cliente, houve uma campanha tão criativa. Você, quando teve oportunidade de se reunir com cliente, escreveu um briefing de somente cinco linhas. Cinco linhas, atendimento. Nós fizemos um texto com 50. Não dá nem para comparar 5 com 50. Vocês, quando se reuniram, não trabalharam com imagem. Nós colocamos imagem em todos os layouts. Vocês não fizeram nenhuma campanha, só fizeram um briefing. Como é que, agora, vocês falam que querem uma campanha melhor do que a que eu criei se vocês, quando tiveram oportunidade, não fizeram nenhuma?