Morar em sociedade é uma arte. Morar em um condomínio de apartamentos, então, é preciso exercitar todos os dias o dom da convivência. Da linha tênue que delimita seu direito do direito do outro. Exercício do limite.
Meu prédio é um daqueles que aceitam animais de estimação. E não pensem que os moradores se contentaram com simpáticos gatinhos ou empolgados poodles. Tem pastor alemão, akitas, boxers... bichinhos bem apropriados para a convivência em um apartamento. Mas como não é no meu, beleza. Já descobri que não sofro do coração pelas inúmeras vezes que abri distraída a porta do elevador e dei de cara com estes cachorrinhos simpáticos do meu tamanho saindo para passear.
O problema é que eles se tornaram tão moradores do prédio quanto os humanos e já não cumprem as regras estabelecidas no regulamento interno do edifício para garantir a convivência entre humanos e caninos. Na última sexta-feira, a síndica, tentando pacificamente lembrar os condôminos das regras do prédio, distribuiu uma carta com alguns dos principais tópicos que não estão sendo cumpridos. E fez sua leitura peculiar nas notas de observação. Uma delas merece destaque porque mostra o contra-argumento que ela já deve ter se cansado de ouvir:
"A portaria principal não será aberta para entrada ou saída de nenhum animal doméstico, mesmo que este esteja no colo, que seja o mais lindo animal possível, mais cheiroso ou mais fofo do mundo."
É ou não um mundo cão?
Um comentário:
Sempre tive aversão a animais de estimação até o Bob entrar na minha vida, só então descobri o que é um amor incondicional e me apaixonei, se algum dia se permitir viver isso tenho certeza que não se arrependerá.beijos Lezir
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