Quer que desenha?

O contato com algumas corretoras de imóveis em Belo Horizonte não foi uma experiência de consumo muito agradável. Foram três as que realmente levaram em consideração o que queríamos enquanto que as demais tentavam empurrar o que tinham em seus portifólios.

Os requisitos não eram difíceis de serem compreendidos: rua não muito íngreme, em local tranquilo, que o apartamento não fosse no primeiro andar ou no primeiro andar acima do salão de festa, que estivesse dentro de um preço x e que fosse em alguns bairros determinados. Simples, mas que alguns corretores simplesmente ignoravam.

- Oi, Eduardo, aqui é o João, corretor da imobiliária W. Tenho um apartamento que acabou de entrar que é exatamente que você está procurando.
- Como que ele é João? E em qual região?
- Não vou te falar não. Você tem que ver?
- João, só quero poupar nosso tempo...
- Não, você vai adorar, vamos lá conhecer.

Realmente, o apartamento era muito bom mas, pelos os que eu já tinha visto, comecei a desconfiar que algo não estava dentro dos padrões que procurávamos.

- Muito bom, João, mas, quanto é este apartamento?
- Esse aqui é uma oportunidade, nem entrou no sistema; te trouxe aqui porque fui eu que captei. Este apartamento vai ser vendido rapidinho. É só entrar no sistema que meus colegas vão trazer os clientes aqui. Se você gostou faz uma proposta.
- Ok, mas quanto estão pedindo?
- Estão pedindo 2x.
- Pô João, te falei que só posso pagar x...
- É só fazer financiamento!, respondeu o corretor com a segurança de quem havia resolvido todos os problemas do mundo. Pena que a confiança não era suficiente para resolver o nosso problema.

- Ué João... mas, fazer um financiamento não vai diminuir o valor do imóvel ou vai?

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