Eu tenho medo da censura disfarçada de moralismo. Tenho medo do politicamente correto quando este se transforma em opressão. Não tenho nada contra medir bem as palavras, muito menos contra um palavrão. Muitas vezes uma palavra mais dura é mais sincera e produtiva do que uma outra adocicada.
Segundo a mmonline, alguns consumidores se manifestaram ao Conar contra a campanha "Guerreiros" da Africa para a Brahma. Segundo esses consumidores, o teor da campanha poderia estimular a violência em estádios como a ocorrida em Curitiba na última rodada do Campeonato Brasileiro.
A campanha não é violenta em si. Tem argumentos bélicos e expressa desejos de que a nossa seleção seja tão guerreira como os trabalhadores do país. Fala de uma batalha no campo de futebol, como é batalha de nossa vida. Não há estimulo à violência, há palavras provenientes do vocabulário militar. Nada que mereça uma manifestação ou que leve um bando de frustrados a invadirem um campo de futebol para agredir jogadores e árbritos.
5 comentários:
Ai, Eduardo, eu também tenho preguiça desse povo que não tem nada para fazer e fica enchendo o saco dos outros. Outro dia vi uma figura dizendo que o futebol estimula a violência porque tem "artilheiro", que é um termo militar. E quando passava uma novela de época (não lembro qual) um movimento negro - ops, afrodescendente - reclamou que os negros só apareciam na novela como escravos. Ah, vai te catar, né!
Ah, eu esqueci de dizer. Acho um porre o povo politicamente correto, não acho que alguém vá quebrar estádio por causa da propaganda da Brahma, mas achei aquele comercial péssimo. Gostava bem mais do estilo mais engraçado da Brahma de alguns anos atrás ou as musiquinhas de outras Copas.
Pois é Ana, ao que parece, daqui alguns dias irão querer proibir o uso da palavra "pizzaria" nos restaurantes para não estimular a corrupção.
Gostar ou não da propaganda é normal. Comprar ou não o produto é a nossa opção. Mas acho errado tentar calar opniões diferentes das nossas com argumetos pseudomoralistas.
Exato, Edu, gostar ou não da propaganda é normal. Para mim ele tenta imitar a Quilmes e falha miseravelmente. Fica boba e sem apelo nenhum ao espírito guerreiro que parece querer evocar. Agora, pior que a propaganda em si é a tal polícia do mundo, que a cada dia mais vem querendo padronizar sentimentos, visões e pensamentos usando como escudo o imbecilíssimo discurso politicamente correto. Um pé no saco.
Também achei que a campanha "guerreiros" tem uma influência da "Bendito sea el fútbol" da Quilmes. Sem a mesma emoção e garra argentina. E concordo plenamente que esta tentativa de padronização de ideias é no mínimo muito infeliz. Ao contrário de lutarmos pela censura do diferente, deveríamos lutar por justiça e punição dos reais infratores.
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