A joalheria tinha uma peça no estoque há anos. Um colar de ouro maciço, grosso, com um laço enfeitando. Algo que deveria ter sido vendido na década de 80, mas que ainda estava no fundo do cofre.
Para provar a suas vendedoras que existia gosto para qualquer tipo de joia e que qualquer uma poderia ser vendida, desde que exposta de maneira correta e se a vendedora acreditasse no produto, Aninha - gerente da loja - se comprometeu a vender o colar.
Lustrou a joia, colocou-a no lugar de maior destaque na vitrine e esperou. No meio da manhã, entrou na loja uma senhora interessada no colar. A mulher vestia-se de maneira normal, não usava jóias e aparentemente nada fazia crer que ela poderia pagar alguns milhares de reais pela peça.
Experimentou o colar, olhou-se no espelho sob vários ângulos e sorriu. Disse, ao fim, que estava sem seu talão de cheques e sem o cartão de crédito. Mas voltaria até o fim do dia para buscar o colar. E pediu a Aninha que o reservasse para ela.
E assim Aninha o fez, sob o riso sarcástico das outras colegas que não acreditavam, em hipótese alguma, que aquele colar démodé seria vendido. Primeiro, pelo modelo ultrapassado; segundo, pelo valor exorbitante da peça e, para terminar, pelo perfil da suposta compradora.
No fim da dia, pouco antes de encerrar o expediente, entrou um homem na loja procurando por Aninha.
- Sou o motorista da Madame Fulana. Ela pediu que lhe entregasse esse envelope e pegasse a peça reservada.
No envelope, estava o dinheiro para comprar o colar, como havia prometido a mulher.
4 comentários:
Se alguém produz, alguém compra. Quase sempre.
Ou, como dizia minha mãe, tem gosto pra tudo rs...
no geral estes com aparencia "humilde" são os que compram aos montes em joalheria. falo pq trabalhei na Manoel Bernardes por um tempo quando era estudante e vi isso milhares de vezes.
no geral estes com aparencia "humilde" são os que compram aos montes em joalheria. falo pq trabalhei na Manoel Bernardes por um tempo quando era estudante e vi isso milhares de vezes.
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