Aninha foi comprar um presente para o aniversário da filhinha de uma amiga. Passou na loja de brinquedos e aproveitou que estava no shopping para dar uma volta. Estava na porta de uma outra loja, perguntando o valor de um produto quando sentiu alguma coisa puxando a sacola com o brinquedo.
Por um momento, pensou que era o Joãozinho, impaciente e doido para ir embora. Mas ele estava ao seu lado na loja. Olhou para trás e não viu ninguém. Mas um novo puxão na sacola a fez olhar para baixo e perceber um moleque de uns 4 anos tentando abrir a sacola:
- Quero ver o que tem aí!
- Hein?, assustou-se Joaninha com o tom imperativo do menino e puxou a sacola para si.
Um novo puxão e a mão e a cabeça do menino já estavam dentro da sacola. Joaninha olhou desesperada para o lado e viu a mãe da criança com um sorriso amarelo, sem tomar nenhuma iniciativa drástica como, a seu ver, a situação pedia.
- Filhinho, não mexa na sacola da moça.
- Mas é um brinquedo e eu quero vê-lo!
Passou pela cabeça da Aninha várias possibilidades de ação, entre elas dar um sermão sobre boas maneiras para a criança e um sobre educação de filhos apra a mãe ou vingar-se da mãe da criança dizendo "aqui tem um carrinho superlegal, mas você vai ter que pedir um para a sua mãe rápido porque na loja está acabando". Mas preferiu o meio termo e sair dali o mais rápido possível.
- Aqui tem uma boneca linda e acho que você não vai se interessar, disse puxando a sacola com força junto ao corpo.
A mãe deu outro sorriso amarelo e Aninha foi embora pensando no perigo que correu: vai que o menino também gostava de bonecas?
2 comentários:
Ah, eu tinha falado do carrinho, tinha mesmo!
Eu tive medo, Aninha.
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