Feliz 2010

Pedras aparecerão pelo caminho. Chuvas e trovoadas, sem dúvidas, também não deixarão de aparecer. Mas é claro que, para aqueles que procuram, também haverá um céu de brigadeiro e um mar de águas calmas e cristalinas. Como sempre, haverá muitas oportunidades perdidas e outras tantas aproveitadas; muita esperança e algumas desilusões.

Será um ano novo, embora igual a todos os outros; será único simplesmente porque podemos fazê-lo assim. E, para isso, torço para que haja mais jutiça do que injustiça e que ao menos a indiferença seja reduzida. Afinal, o futuro nada mais é do que a consequência do nosso presente.

Filme da AlmapBBDO

Meu carro não é filé

Natal, tempo de festas, confraternização e principalmente de caixinhas.

Para algum desavisado caixinha não é sinônimo de presente. Ela é literalmente uma caixinha que geralmente é carregada por todas as esquinas onde há um sinal de trânsito em Belo Horizonte em busca de uma moeda. Elas também podem ficar em cima de um balcão de uma loja, da recepção do seu prédio, enfim, em qualquer lugar onde há um fluxo constante de pessoas.

Mas, o mais interessante não é a caixinha em si . Na verdade, são os seus portadores. Eles oferecem a caixinha como se prestassem um grande favor e alguns se revoltam quando gentilmente recusamos.

Joãozinho mal parou seu carro no sinal e um bando de garotos correram em sua direção sob a observação de dois adultos sentados na calçada.
- Moço, colabora com a minha caixinha de natal?
- Hoje não, meu amigo.

Assim que ouviu a resposta, o portador da caixinha se virou para os adultos e gritou:
- Dá até raiva. É por isso que eu falei que só queria ir em carro filé.

O que é que a Bahia tem?

Há alguns anos fui surpreendida com a informação que eu tinha uma empresa de equipamentos médico-hospitalares na Bahia. Empresa de médio porte, com atuação no sul da Bahia, clientela fixa, um calote na praça e uma dívida de quase 200 mil reais. Foram três anos na justiça, várias noites sem dormir, dezenas de telefonemas de cobradores até regularizar a situação. Uma ida a Salvador para buscar os documentos da 'minha' suposta empresa mostraram que a Liene que assinou a papelada lá era até meio analfabeta - desenhou meu nome caprichado, mas não devia saber o que estava escrevendo.

Agora é a vez do presidente Lula ser a vítima do serviço bacana prestado pelos cartórios da Bahia. Para denunciar os abusos de um cartório soteropolitano, um empresário falsificou uma certidão de casamento, colocando no lugar dos noivos os dados de Lula e Dilma Roussef (leia aqui). Como não tinha a certidão original - ele autenticou uma cópia - pagou 700% a mais que o normal (a boa e velha propina) e tudo ficou por isso mesmo. No meu caso, a figura tinha minha carteira de identidade original (surrupiada em um furto em BH) e nem deve ter precisado pagar o 'por fora'.

Como vender a publicidade?

Um dos grandes desafios da Comunicação é comprovar a eficácia de investimentos nesta área para os demais setores de uma empresa.

Tarefa árdua. Principalmente por se tratar de uma área pra lá de subjetiva. Além do mais, nenhuma pesquisa do mundo fará um consumidor admitir que um determinado anúncio influenciou a sua decisão de compra. Na verdade nem eu admitiria. O fato é que uma dupla da agência Y&R da Austrália conseguiu demonstrar, de uma maneira simples, na prática a influência que uma boa comunicação pode ter nos resultados de venda de um produto.

O vídeo não é novo, mas a discussão é sempre atual.

Navegando por mais uma bela propaganda

O produto é para internet, o ambiente da tecnologia por natureza. Já a propaganda tem um apelo artesanal. O que proporciona um casamento perfeito entre o ambiente virtual e real.


obs: Nos comentários, falam que o anúncio é da BBH de NY mas não consegui confirmar essa informação.

Valeu pela indicação Júlio.

Um brinde à hipocrisia

Eu tenho medo da censura disfarçada de moralismo. Tenho medo do politicamente correto quando este se transforma em opressão. Não tenho nada contra medir bem as palavras, muito menos contra um palavrão. Muitas vezes uma palavra mais dura é mais sincera e produtiva do que uma outra adocicada.

Segundo a mmonline, alguns consumidores se manifestaram ao Conar contra a campanha "Guerreiros" da Africa para a Brahma. Segundo esses consumidores, o teor da campanha poderia estimular a violência em estádios como a ocorrida em Curitiba na última rodada do Campeonato Brasileiro.

A campanha não é violenta em si. Tem argumentos bélicos e expressa desejos de que a nossa seleção seja tão guerreira como os trabalhadores do país. Fala de uma batalha no campo de futebol, como é batalha de nossa vida. Não há estimulo à violência, há palavras provenientes do vocabulário militar. Nada que mereça uma manifestação ou que leve um bando de frustrados a invadirem um campo de futebol para agredir jogadores e árbritos.

O camelô que cada um merece

Está cada dia mais comum sair pelas ruas e encontrar `toreiros` (camelôs não licenciados) vendendo DVDs piratas pelas ruas. Na verdade, só tenho visto o comércio ambulante trabalhando com este tipo de mercadoria há um bom tempo. E com a proximidade do Natal, o volume só está aumentando.

E isso me fez lembrar uma das coisas que me chamou muito a atenção na Europa, principalmente na Itália - berço do Renascimento. Pelas ruas, sendo vendidos em bancas (licenciadas, creio eu), estavam centenas de livros de arte. E, o mais incrível: a preço de banana. Livros bons, novos, capa dura, edição bem acabada, luxo. E por um preço que transmite o real valor da arte para a cultura local: está no sangue, deve ser ensinada desde criança, deve ser de fácil acesso, deve ser barata para ser de possível acesso.

Pena que a nossa mala era um espaço físico limitado.

Para entrar no clima de Natal

Historinha ouvida na festa de família:

- Ôh, mamãe, não é o Papai Noel quem traz os brinquedos para as crianças?
- É, meu filho.
- E ele não tem uma fábrica de brinquedos?
- Tem.
- Então porque os meus vêm embrulhados no papel da PB Kids?

Historinha ouvida no elevador:

- Filho, vamos separar seus brinquedos antigos para levar para as crianças da creche neste Natal? Elas não têm brinquedos...
- Não se preocupe, não, mamãe. Papai Noel já vai dar presente para todo mundo...

Me engana que eu gosto

Estava abastecendo meu carro num posto de gasolina quando chegou uma promotora do jornal O Tempo.

- Você aceitaria um jornal de graça?
- Claro.
Depois de me entregar um exemplar do dia a mocinha saiu e pouco depois voltou segurando um carro em miniatura daquelas promoções de juntar cupons.
- Você gostaria de ganhar mais este brinde? Basta apenas me entregar o seu cartão de crédito. Ele é Master ou Visa?
- Espera aí. Como assim entregar o cartão? Você quer que eu faça uma assinatura, não é isso?
- Não, senhor. No Tempo, nós não trabalhamos com assinaturas e sim com um programa de incentivo à leitura. Você gosta de ler todo os dias?

Foram dez segundos de silêncio para entender o significado daquelas palavras antes de uma explosão de gargalhada.
- Desculpe, moça. Mas essa é muito boa. Obrigado, não estou interessado no programa de incentivo à leitura, não.

Deve ser coisa do Kalil e do Barão

Para fazer uma peça de marketing viral contagiante é preciso uma boa ideia, senso de oportunidade e, por que não, um pouco de sorte para ajudar.

Como se pode ver no vídeo abaixo, não precisa seguir esta ordem. A sorte, por exemplo, pode ser o começo da ação. Sorte de alguém fazer um gol de cobertura do meio de campo e da sua empresa anunciar a maior cobertura do Brasil na placa de publicidade logo atrás deste gol.

Daí em diante, é só inventar uma historinha e publicar.


A dica foi do @fredpublicidade já a história...

Imagens do nosso tempo

Há imagens que marcam e atravessam a história andando em nosso imaginário coletivo. O diretor de arte Drew Beam criou pinturas utilizando algumas destas imagens transportadas para os dias de hoje.