Nunca tinha entrando de cabeça e dado tanto sangue, pelo menos literalmente, a um projeto como o último. Nada de mais, a não ser o susto e uma dor de cabeça que foi minha fiel companheira pelo resto do dia.
No almoço do dia seguinte, uma amiga que é médica me sugeriu tomar a vacina anti-tetânica. Afinal de contas, não é bom arriscar quando se bate a cabeça numa caixa de metal velha e um pouco enferrujada. “Vá no Carlos Chagas, ali, ao lado da Ciências Médicas. Eles são preparados para aplicar vacinas”.
Saí do almoço pensando. Nunca fui a um Posto de Saúde, imaginava uma longa espera até ser atendido e um atendimento, no mínimo, precário. Poderia ir na Araújo, que também faz a aplicação. Não sei se foi reflexo da pancada, mas resolvi aceitar a sugestão. Ainda era hora do almoço, as coisas estavam bem encaminhadas na agência. Calculei que um atraso de uma hora poderia ser compensado à noite e resolvi ir ao posto de saúde. No mínimo, seria uma experiência inusitada.
Na entrada, nenhuma surpresa. Prédio mal conservado, um vigia armado na porta e muito barulho. Fui entrando e já procurando uma fila. Não havia. Entrei na recepção, uma sala com muitas cadeiras e um balcão vazio. Fui até ele, uma enfermeira que estava mais ao fundo veio em minha direção. “Pois não?” “Gostaria de tomar uma vacina anti-tétano.” “Saindo por ali, é a primeira porta à direita”, ela falou, entregando-me um pedaço de papelão cortado à mão onde estava escrito em canetinha hidrocor, “Vacina – 9”.
Bom, nove pessoas, não deve demorar tanto. Ainda olhando aquele pedaço de papelão e pensando que poderia desistir e ir até a farmácia, cheguei à tal porta. Estava fechada e só havia uma pessoa esperando o atendimento. Vinte minutos se passaram para a porta se abrir e a pessoa entrar. Pouco depois, foi minha vez. A sala não era muito diferente da recepção. Também não era bem conservada e havia duas enfermeiras que, ao contrário da primeira, não pareciam estar de bem com a vida. Falei o que me havia ocorrido, já emendando uma piadinha para melhorar o clima. Ela não foi bem recebida e me fez refletir se a tal vacina seria gotinha ou injeção. Para aumentar meu arrependimento, a segunda opção era a correta. Antes da aplicação, consegui aliviar o clima e minha preocupação. Uma segunda piadinha obteve dois sorrisos reconfortantes como resposta.
“Não vou aceitar reclamação, porque não vai doer nada”. É, realmente não foi tão dolorido quanto eu pensava.
Passei por isso qdo tava gravida e é obrigatório tomar a vacina..fui a um posto de saude e percebi as mesmas coisas(e senti os mesmos receios)...hehe e assim como vc sobrevivi! (é vc ou o joãozinho ou o zequinha quem bateu a cabeça? Quem quer que seja espero que esteja tudo ok).
ResponderExcluirFui eu mesmo Danny. Está tudo bem, foi só um pequeno corte. O pior foi constatar a precária infra-estrutura do posto de saúde. Já imaginava, mas ainda não conhecia.
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